quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Paço da Ribeira de Muge e o Gang das Fechaduras


Hoje, 7 de Abril, após mensagem a dizer que o problema das chaves estava resolvido, mais uma vez, a futura Associação Academia da Ribeira de Muge foi impedida de reunir no Paço da Ribeira de Muge. O mesmo agrupamento, cujos membros foram pioneiros na limpeza do Paço, em 2005, e os únicos que estão empenhados na investigação e ciência da história deste, e no conhecimento da cultura de Paço dos Negros e da Ribeira de Muge.

O Paço da Ribeira de Muge, o tal que para o dito lóbi cegueta instalado em Almeirim, ainda ali só existe o Pórtico. (Entretanto existem, para já, seis fechaduras).



O Paço da Ribeira de Muge que parece agora está a ser comandado pelo Gang das Fechaduras.

É claro que o senhor vereador da (in) cultura da Câmara Municipal de Almeirim, depois de no dia 27, ter aparecido de surpresa perante alunos e professores, a dizer palavrões e a fazer de porteiro, tudo fará para impedir que a Academia se forme, apresente a genuína cultura do Paço, dos Negros, e da Ribeira de Muge, não só as danças, mas também o romanceiro, os despiques, os casares, o teatro popular, o rituais de trabalho, os rituais de iniciação, passando todos as peças pelo crivo da ciência, corrija os atentados culturais que o Rancho Folclórico, seu protegido, tem vindo a cometer em nome da cultura de Paço dos Negros. Ficam bem um para o outro, vereador e rancho, tal como ele está neste momento.

Eis um exemplo de um atentado à cultura e à dignidade das mulheres, o qual só pode trazer indignadas as mulheres da terra, como se tem visto. As mesmas mulheres que deveriam ser ouvidas, nas recolhas, para que se não façam afirmações inconscientes e tolas:

Para que o Rancho justifique pôr mulheres a dançar o fandango, como tem posto, afirma (ou) o dito rancho, que quando os homens iam para a guerra, as mulheres iam para o baile e dançavam então o fandango. Não necessitavam de ofender as mães e as avós.

Eis a postura corporal e social, de dignidade, que tomavam as mulheres de outros tempos, quando os maridos, os namorados, os irmãos, iam para a guerra:

Rapariga a ler carta do namorado que está na guerra do Ultramar - 1961



Um verso de 1961. Ó militar ó galucho


Um verso de 1915-18 António Domingos


O Gang das Fechaduras pode muito bem continuar a proteger a fraude cultural, a espalhar e a permitir disseminar o erro, mas este não durará eternamente.