segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O Papa e o Paço da Ribeira de Muge

 

maqueta JPG

O frade de S. Francisco referido na carta, que já ali exercia, deverá ter exercido o seu mester no Paço da Ribeira de Muge até 1551, data em que foi nomeado António Valente, de Nossa Senhora da Serra.

Digamos que para um barracão de caça, como defende o amesandado lóbi do restopórtico de Almeirim, o pedido ao Papa pelo rei D. João III de um capelão para a capelania do Paço da Ribeira de Muge, deve tratar-se decerto de caça da grossa.

«Carta de D. João III ao Doutor Brás Neto, embaixador

em Roma, a respeito de umas suplicações a fazer ao Papa, para um

frade de S. Francisco ser capelão nos seus pacos da Ribeira do Muge.

Setúbal, 1532. — Papel. 6 folhas. Bom estado. Cópia junta.

Doutor Bras Neto amiguo.

Eu ei rei vos envio muyto saudar.

Com esta carta vos envio duas sopricações de Diogo Pachequo frade

da Ordem de Sam Francisquo da Terceira Ordem do qual me quero serviir

na capelania da capela dos meus paços da Ribeira de Muja por ser dele

e de sua bondade bem enformado e por os vezinhos dali d'aredor estarem

dele e de seu serviço contentes e pelas ditas sopricações veres o que por

elas se soprica e requere por o que escuso de nesta mais vo lo declarar. E

soomente vos encomendo muyto que logo como esta vos for dada vos

trabalhes quanto posivel vos for por as ditas sopricações despachardes

conforme ao nelas conteudo no que muyto vos gradecerey poerdes toda

diligencia e asy de as letras diso me enviardes com os primeiros recados

que pera mym despachardes. E ey por bem que a expediçam diso façaes

a minha custa e creo que se fara niso pouqua despesa e vos asy trabalhay

porque com pouco gasto se faça. E se pela ventura comprir falardes ao

Santo Padre de minha parte na expediçam das ditas sopricações fazey o

naquele modo que virdes que pode mais aproveitar dizendo lhe que asy

pela boa enformaçam que tenho da bondade e suficiencia do dito Diogo

Pachequo como por me querer dele servir na capelania dos ditos meus

paços receberey em merce de Sua Santidade lhe querer comceder o que

por suas sopricações requere e se Tambem em outro cabo aproveitar o

falardes de minha parte a alguus cardeaes ou ofiçiaes asy o fazee e

muyto vos gradecerey de com a mais brevidade que vos for posivel me

enviardes os despachos.

Pero d'Alcaçova Carneiro a fez em Setuvel a ... O) dias de ... (2)

de 1532.

Rey»

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Pequenas histórias da história

 

Voz do Povo

O pesquisador/historiador anda na rua e claro ouve o povo anónimo. E o que é que ele ouve? Ouve dizer que "a casa da cultura de Fazendas de Almeirim, que, consta, custou a módica quantia de 2 milhões, inaugurada por acaso, só por acaso, em cima destas eleições, agora para dançar o rancho não serve, escorrega, nem para o petisco, é fina demais", pois de cultura é o que têm para  colocar dentro de tão luxuoso palácio. ...O petisco esta parte da cultura que "é o melhor que se leva desta vida", que começa no estômago e acaba na pia, bem merece, fica bem em tão carote palácio. Parabéns aos caciques senvergonhistas e aos beijacus que não tiveram coragem de alertar os caciques que aquilo não servia os fins propostos, se é certo o que o povo anónimo diz. Se não é peço desculpa.