domingo, 23 de novembro de 2014

Sessão evocativa

Sem dinheiros mas com muito trabalho e estudo se vai revelando e construindo a História de uma localidade: Paço dos Negros.




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Burros da Ribeira de Muge

Vai chegar o novo livro que conta uma nova visão da realidade da vida na Ribeira de Muge.

Como os anteriores, não vai estar à venda. Quem o quiser, não será um livro de culto, mas é certamente um livro de colecção, terá de o encomendar.
Custo 5 euros.

Capa do livro

São cerca de 30 histórias, contadas por quem as fruiu, ou revividas por quem delas soube.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

História de Paço dos Negros – O malfadado Erro original

Sobre o Paço da Ribeira de Muge abateu-se nos últimos 170 anos, um muro de silêncio. Silêncio e esquecimento que foram os melhores aliados de toda a depredação de que continua a ser vítima, tanto de particulares como de entidades que têm o dever de o proteger e valorizar. Nestas incluindo aqueles que se dizem agentes de cultura.

Baseado em preconceitos, que não em documentos, se construíram ideias desvalorativas e erradas, propícias a todos os desmandos, logo a começar na data primordial.

Mostrando como se deu esse “pecado original”, transcrevo um curto excerto de uma longa Carta de Quitação, de 1517, em que se dá Diogo Rodrigues, almoxarife, por quite e livre pela boa conta que deu de todas as coisas que recebeu para a construção do Paço da Ribeira de Muge:
«Dom Manuel, etc. a quantos esta nossa carta virem fazemos saber que nós mandámos tomar conta a Diogo Rodrigues, nosso escudeiro, almoxarife dos nossos Paços da Ribeira de Muja, de todo o dinheiro que recebeu, e coisas que os anos passados de 511, 512, 513, 514, e despendeu para despesas das obras deles, e achou-se por bem da dita conta receber em dinheiro os quatro anos 3.343.805 reais, das pessoas abaixo …»
Ch D. Manuel, Liv 9, f . 26v.


Carta supra que ao ser copiada para a Leitura Nova, Livro 6, Místicos, 147,

foi omitido o ano de 1511:

 Braamcamp Freire, entretanto, no Arquivo Histórico Português, 1903, transcreve da Leitura Nova e faz o seu juízo sobre a aparente contradição nas datas, “512, 513, 514”, acrescentando (sic) a quatro anos.
Frazão de Vasconcelos, por sua vez, publica em 1926, o muito divulgado «O Paço dos Negros e seus almoxarifes». Recorreu aos estudos de Braamcamp Freire. Logo, manteve o erro.

Encontrando nós documentos que atestam o início da construção do Paço em 03 de Maio de 1511, seja a própria Carta- Escritura, bem como documentos de afectação de verbas logo nesse ano, procurámos o documento original, Ch D. Manuel, Liv 9, f . 26v. Neste, sob um borrão, é notória a inscrição do ano de 1511:
Sob este pequeno borrão caído em cima de 511 (dxi), nada que as modernas técnicas do Photoshop não consigam ultrapassar.
Continuamos e ver em tudo quanto é sítio, oficial ou não, afirmações de que este Paço foi iniciado em 1512, espera-se que todos e cada um reponham a verdade histórica. bem como o seu real nome, Paço da Ribeira de Muge, e não o malfadado restó Pórtico.