terça-feira, 31 de maio de 2011

Dos estudos da Academia

COM A DEVIDA VÉNIA...

… Lá, nos esquecíveis anos 30 e 40, António Ferro foi o ideólogo do regime que inventou novos padrões para o folclore do povo português, acrescentando 6 (seis!) saias às mulheres da Nazaré, ornamentando as minhotas com ouro, resumindo o fandango ao Ribatejo (ainda por cima só com homens, como se os ribatejanos fossem homossexuais!), pôs cintas com pontas caídas aos beirões, chapéus com borlas para ribeirinhos da Beira Litoral e, pasme-se!... as algarvias pacatas e púdicas, foram desafiadas para uma nova dança, chamada corridinho, onde levantariam a perna mostrando coxas envolvidas em coullotes acabados de importar da cosmopolita Paris. Tudo novo, em nome do folclore antigo, mas para viabilidade do regime e desgraça da cultura tradicional portuguesa. Em consequência e passado meio século, o que foi inventado tornou-se quasi-tradição, tal como os collotes, as cintas com pontas caídas, as sete saias da Nazaré, as borlas nas fitas dos chapéus, o fandango só de homens, as pernas levantadas no corridinho, o ouro minhoto, etc, etc. A farsa é tão grande, que os próprios políticos que foram os pais da incultura tradicional, dizem que é folclore quando puxam das suas farpas politiqueiras contra os seus adversários. Trata-se, efectivamente de incultura não saber que folclore é significado de valores e de património cultural imaterial dos povos, não se resumindo a danças e transportando a identidade de que somos parte. …/… SALVAR A CULTURA TRADICIONAL Começa a ser visível que, nos dias de hoje, é grande o esforço de melhoria nos grupos de folclore que estão conscientes da necessidade de eliminar de vez os conceitos e os tiques salazaristas introduzidos nas décadas 30 a 50 do século passado. Está em causa, não apenas restaurar a credibilidade do folclore, mas essencialmente salvar a cultura tradicional portuguesa do esquecimento e dos efeitos da adulteração introduzida pelo Estado Novo. Para além do estudo e da investigação da etnografia e da antropologia, os folcloristas de hoje obrigam-se ainda a separar o “folclore” do “folclórico”, sabendo que o primeiro está para o segundo como a política (nobre e genuína) está para a politiquice (chafurdeira e falsa), que resulta das intervenções incultas, ainda que algumas sejam letradas, que sobreviveram ao regime salazarista, conservadas em naftalina ou mantidas à custa de cremes e plásticas sucessivas.


in Manuel Farias, em Soberania do Povo, http://www.soberaniadopovo.pt/portal/index.php?news=7515


UM BOM EXEMPLO DA FOLCLORICE QUE LEVA A QUE UMA CULTURA POPULAR SEJA DENEGRIDA E ENVERGONHE QUALQUER POVO.
ALGUMA VEZ AS MULHERES DO POVO USARAM AS FAMOSAS COULLOTES FRANCESAS?

terça-feira, 24 de maio de 2011

A Academia e o fandango

A Academia pesquisa e Manuela dos Gagos, 1932, e Manuel Maria Cipriano, 1925, António Rasteiro, 1924, contam-nos a tradição do fandango, também cantado, também feminino, nesta região.

Manuel Maria Cipriano, em sua casa, exemplificando como se dançava o fandango.

Clique para ouvir


sábado, 21 de maio de 2011

Academia da Ribeira de Muge

A Academia pretende dignificar todo o património da Ribeira de Muge. Pretende ir às raízes, e não partir de premissas erradas e estereotipadas, como as que nos foram incutidas pelo Estado Novo a partir de 1936. Os costumes: desde as danças e as músicas que eram cantadas e dançadas pelo povo, têm de ser provadas e não meros plágios, como acontece frequentemente, as próprias letras das canções têm de ser provadas como populares e não inventadas, os utensílios que eram usados no trabalho e em casa, os trajes têm de ser provados como usados na região.



Pesquisas da Academia: Trajes, anos 20 e 30 do século passado.


Cabelo. Pormenor. Anos 30



Blusa. Pormenor

Avental. Pormenor


 Sapatos. Promenor.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Mais fotos das comemorações

Deana Barroqueiro e Manuel Evangelista

Assistência

Deana Barroqueiro, Manuel Evangelista e Elias Rodrigues



 Hasteamento das bandeiras: Manuel Evangelista, Francisco Maurício, o Marquês de Rio Maior, Bastos Martins, Gustavo Pacheco Pimentel

 Gustavo Pacheco Pimentel apresenta a reconstituição da planta do Paço


 Actuação da Academia

Momento de actuação do Rrei Preto

Actuação da Academia


 IDEM

 Outro momento de actuação do Rrei Preto



 Mesa de artistas e convidados

Actuação do grupo Strella do Dia

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Um programa digno da aldeia de Paço dos Negros

Almeirim comemora este ano os seus 600 anos, assim como Paço dos Negros comemora 500.

Assistimos em Paço dos Negros a um programa digno, como jamais esta aldeia pode presenciar, a cargo exclusivo da Academia da Ribeira de Muge:
Foi limpo, pintado e caiado todo Paço, a cargo exclusivo dos membros da Academia.
Foi publicada a História desta aldeia, fidedigmamente representada em documentação original coeva.
Foi pela primenira vez feita a reconstituição, e exibida, a planta do Paço, tal como era no século XVI. (Da autoria de Gustavo Pacheco Pimentel, a publicar brevemente a 3 dimensões). Planta que pode servir para que o Paço volte a cumprir a sua função de turismo (desenfadamento).
Lamentamos a ausência dos responsáveis concelhios, e das associações que, convidados, para a comemoração dos 500 anos, não se dignaram comparecer.
Ainda assim, aguardamos um convite para a comemoração oficial, dos 600 anos da fundação de Almeirim, que se comemoram este ano.

A Academia apresentou exclusivamente temas medievais e palacianos, recolhidos na Ribeira de Muge. Pela primeira vez, tivémos a presença do nosso lendário Rei Preto, que deliciou todos os presentes, e que muito enriquece a cultura de Paço dos Negros.

Este presente o grupo de música medieval festiva, Strella do Dia.

Este presente a ilustre escritora, Deana Barroqueiro, na apresentação do livro, Paço dos Negros da Ribeira de Muge - A Tacubis Romana.

Muito nos honrou com a sua presença, em representação de Sua Alteza Real, D. Duarte, Duque de Bragança, Sua Excelência, o sr. Marquês de Rio Maior, João Saldanha, que presidiu às comemorações.

Eis algumas fotos do encerramento das comemorações dos 500 anos do Paço Real da Ribeira de Muge.







  
 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

segunda-feira, 9 de maio de 2011