domingo, 27 de fevereiro de 2011

Academia da Ribeira de Muge - Os trajes

Jovens camponeses em dia de festa. Anos 20. Gagos.

Trajes das recolhas da Academia.

Casares da Ribeira de Muge - Toma lá carário



Um Casar bem rude na linguagem, bem próprio desta região da Ribeira de Muge, na fronteira com uma terra de pastores e cabreiros, o "maior deserto humano de Portugal".
Toma lá carário

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Os Casares da Ribeira de Muge - Maria dá-me o teu nome


Solista: Maria de Jesus

Casares da Ribeira de Muge



Quem é que leva a gaita!!!!!!!!

No mês do dia dos namorados, a Academia da Ribeira de Muge, no Paço Real, num delicioso improviso, recreou os Casares da Ribeira de Muge.

Os Casares são antigas canções, rituais de trabalho, com que as mulheres, nos ranchos, nas mondas e plantas de arroz, em cima de palcos de lama e erva, se “casavam”, isto é, se davam namorados umas às outras. Começavam numa ponta do rancho, tivesse ele seis, dez, vinte, quarenta, ou mais mulheres, e ia até à outra ponta do rancho.

Às casadas, lhe lembravam o seu marido, por vezes gozando com alguma característica negativa deste. Às solteiras lhe atribuíam um rapaz. Quantas vezes, à força da repetição dessa atribuição, não vinha a acontecer casamento.

Esta recreação começa com a chegada à copa. Depois o ritual de trabalho: Quem é que leva a gaita!

Essa que ficasse para trás, no acto de ferrar, se repetido, quantas vezes era motivo de dispensa pelo capataz.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Os CASARES da Ribeira de Muge

Os CASARES da Ribeira de Muge


A julgar pela animação e também pelos pedidos de repertório extra programa, em que a temática base era os Casares, pelo Coro das Mulheres da Ribeira de Muge, foi um sucesso a mostra de genuína cultura ontem apresentada no Paço Real em Paço dos Negros.

Algumas fotos
















quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Academia - Comemoração dos 500 anos do Paço

A Academia da Ribeira de Muge convida todos os habitantes de Paço dos Negros e amigos, cidadãos de localidades vizinhas e outros, a virem conhecer toda a cultura da Ribeira de Muge.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A História recente de Paço dos Negros

A Grande História é feita de pequenas Histórias. Por vezes, tristes histórias.


Em 2004 foi publicado o livro das lendas da Ribeira de Muge. Neste, pode ver-se a porta da Capela de S. João Baptista, entaipada.
[Em+2004+capela+-pode+ver-se+a+porta+que+foi+tapada.JPG]



Naquele ano, todos descobriram o que faziam de conta que não viam: atulhada numa lixeira, aquela era a porta da Capela quinhentista, de S. João Baptista, que teimava em resistir.
[limpeza+-+Aqulino+2004.jpg]


Em 2005, foi um grupo de cidadãos da terra, “encabeçados e organizados” pelo Dr. Aquilino Fidalgo, que teve a visão e a coragem de transformar aquela lixeira, num espaço histórico e cultural agradável, mágico e cheio de simbolismo.

[limpeza+Grupo+Aquilino.jpg]



A Câmara, sempre atenta e pronta a aproveitar-se o trabalho dos outros, em seu proveito, sempre fugindo à sua responsabilidade de classificação deste monumento concelhio, a três meses das eleições, em Julho de 2005, consegue fazer algumas obras avulsas.


Festa, 02-07-05


E hoje? Como está esta capela? SERÁ QUE É UM ESPAÇO CULTURAL, MUSEOLÓGICO, OU OUTRO, da rica história que este Paço tem? Infelizmente está  fechada, com o telhado a deixar entrar a chuva e os pássaros. Uma lixeira. É o que acontece quando a ignorância temática é a norma de vida, se passeia arrogante e com as costas quentes.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Academia - a evolução do penteado nas classes pobres

Verificando uma dezena de fotografias da época, podemos ver a evolução da moda, o esmero no penteado que tinham as raparigas camponesas pobres de Paço dos Negros.

Rapariga nascida em 1913. Foto de cerca de 1930.



Rapariga nascida em 1931. Foto de cerca de 1950.





domingo, 6 de fevereiro de 2011

Academia - O Xaile

Xaile de abafar



Dizem os especialistas que os xailes, esquecidos na Europa durante séculos, foram trazidos da Índia através de Inglaterra, nos finais do século XVIII. Outros referem os Franceses através do Egipto.
Em Portugal teriam sido vulgarizados por volta de 1840.
Os primeiros de lã fina, seda ou algodão, a aparecer em Portugal, datam do princípio do século XX.
No início do século XX que sofreu algumas transformações. Com grandes franjas, as mulheres começaram a usar o xaile de merino.


Desde sempre me pareceu haver uma falha grave na representação desta peça de vestuário feminino pelos ranchos desta microrregião etnográfica da ribeira de Muge: fruto de desconhecimento?, de deficiente pesquisa?, dos ranchos actuarem quase exclusivamente no Verão? Falha que se traduz num estatuto de menoridade e uma falta de respeito para com os nossos antepassados, o facto de raramente os ranchos desta referida região, na representação dos trajes, as mulheres se apresentarem sempre com uma fatiota de Verão, seja Inverno ou seja Estio, faça calor ou faça frio. Parece-me irreal e não representativo.



Xaile de abafar, era um xaile popular, muito vulgarizado no início do século XX, usado pelas mulheres pobres. Era usado tanto no dia a dia, como para sair em passeio ou trabalho. Servia para se agasalhar do frio a mulher, bem como os filhos pequenos.

Exemplar de duas faces (preto de um lado e azul escuro do outro), oferecido à Academia, usado no início do século XX. Paço dos Negros.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Academia da Ribeira de Muge - Os trajes

Na busca dos trajes tradicionais da Ribeira de Muge

Traje de lavradora rica

Segundo informação de sua neta, Fernanda, nascida em 1931, a lavradora do Monte da Vinha, que usufruíra do morgadio, usava saia pelos pés, casaco com galão à marinheiro. Até morrer, no ano de 1949, com mais de 90 anos, (tinha Fernanda 18 anos), andou sempre em cabelo, com carrapito. Esporadicamente usava na cabeça um lenço de seda, de cor clara, com barra azul, requeixado, preso com alfinete, escondido.


Custódia Fanata, jovem mulher de Paço dos Negros, cerca de 1917, cujo marido estava em França, na Guerra de 14-18.

Exemplo de casaco com galão à marinheiro.



Exemplo de lenço requeixado. (com a devida vénia).


Exemplo de lenço de seda com barra azul. (com a devida vénia).