sábado, 30 de janeiro de 2010

Jorge Peixoto da Silva - 9º Almoxarife

Principais caracteristicas deste almoxarifado: retoma o cargo que fora de seu pai João Rodel Figueira. É casado com Francisca de Moura. Vem a morrer onze anos depois, deixando "um filho e duas filhas e a sua mulher Francisca de Moura pejada". Mantém a obrigação de ter um cavalo para guardar a coutada, e de cultivar o pomar.

ch. D. Afonso VI, 28,269.

Dom Afonso etc. faço saber a quem esta minha carta virem que tendo respeito ao ofício de almoxarife dos meus Paços da Ribeira de Muge e haver sido de João Rodel Figueira pai de Jorge Peixoto da Silva e de seus avós por parte de sua mãe D. Maria da Silva Peixota hei por bem e me praz fazer-lhe mercê ao mesmo Jorge Peixoto da Silva da propriedade do dito ofício que vagou por falecimento de Francisco de Almeida último proprietário que dele foi a quem não ficaram filhos o qual terá e servirá assim e da maneira que o servia o dito seu pai enquanto eu o houver por bem e não mandar o contrário com declaração que tirando-lho ou extinguindo-o em algum tempo por qualquer causa que seja minha Fazenda lhe não ficará nisso obrigada a satisfação alguma e haverá com ele de ordenado cada ano dois moios de trigo e dois moios de cevada pagos no almoxarifado das Jugadas da vila de Santarém e 34 mil réis em dinheiro pagos no almoxarifado das sisas da mesma vila dez mil réis de seu ordenado e os 24 mil réis para dois homens que hão-de trabalhar no Pomar dos ditos paços que é o mesmo que tinha e havia o dito seu pai que tudo lhe será pago com certidão do Provedor das Obras e Paços de como serve o dito ofício e cumpre com as obrigações dele e assim haverá mais todos os pró e percalços que lhe direitamente pertencerem pelo que mandamos Provedor de minhas obras e paços lhe deis posse do dito ofício o lho deixe servir e dele usar e haver o dito ordenado prós e percalços como dito é o juramento dos santos evangelhos que bem e verdadeiramente o sirva guardando em tudo meu serviço e as partes seu direito de que se fará assento nas costas desta que se cumprirá inteiramente e como nela se contém a qual por firmeza de todos mando dar ao dito Jorge Peixoto da Silva por mim assinada e selada com o meu selo pendente de que pagou de xxx direitos vinte e três mil réis que se carregarão ao tesoureiro Aleixo Ferreira Botelho a folhas 27 do livro de sua receita Francisco Ferreira o fez em Lisboa a 10 de Fevereiro de 1667 anos Sebastião da Gama lobo o fez escrever. El rei.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Vale do Urzal - Memórias e correcções

É certo que sem grande relevância, mas não será o mesmo dizer Vale do Arrozal, Vale do Rosal, a dizer Vale do Urzal.



Estrada do Vale do Urzal, entrada de Paço dos Negros, à Serra.

Memórias perdidas

Para os que gostam de conhecer estas memórias perdidas das suas terras. E Paço dos Negros, nestes aspectos,  tem sido um fartar vilanagem.

O outeiro onde  hoje se encontra a Escola que foi Primária, hoje Básica, chamava-se outrora Outeiro do Aposento.
(Local de pouso, hospedagem?, descanso de pessoas e animais?)


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

As recomendações do IPPAR e o Paço da Ribeira de Muge

Depois da recomendação do IPPAR, em 2005, para que a Câmara de Almeirim desenvolvesse o processo de classificação do monumento quinhentista, único ainda recuperável no concelho, o que esta Entidade tem vindo a fazer, bem pode dizer-se que raia o criminoso: Em 2006, esconde o Paço atrás de uma montanha de terra, destruindo de vez o Pomar Real. Não satisfeitos, em 2009, montam-lhe um estaleiro de obras em cima.












Deixo ao leitor deste pobre blog que classifique a atitude da Câmara de Almeirim no que respeita à defesa do património histórico que lhe compete defender e preservar.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ainda o Furunando de Gil Vicente

Será este Fernando Frade o Furunando de Gil Vicente? Alguns autores desconhecendo a origem do(s) negro(s) em Gil Vicente, remetem  para negros provenientes da costa da Guiné, Benim, Mina, contudo aventam servirem estes em Lisboa.
Pensamos ser este Homem negro da capela da Ribeira de Muge, o Furunando de Gil Vicente.


Recebeu Fernando Frade homem preto da ribeira de Muja os cinco alqueires de azeite contidos em este mandado o qual azeite custou em cento e oitenta reis por alqueire em que montou os novecentos reis e assinou aqui em Santarém a 22 de Agosto...

Trecho da fala de preto em A Nau de Amores:

– Pues senor que hazeis acá?
– Poro meu votare a mi vem. - Por minha vontade vim
Abre oio Purutugá - Visitar Portugal (olhar Portugal)
Bo tera que ele tem. - É uma boa terra
Aqui muto a mi furugá. - Aqui folgarei muito
Y si muire mi matai, - e se uma mulher me matar (de amores)
Gran pecaro que bai ela. - Grande pecado fará ela.
Benturo quero buscai - quero buscar a ventura
Esse santo caravela, - nesta santa terra
Se boso seoro mandai. - Se vós senhor o permitis.

in Paul Teyssier.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Gil Vicente, Paço dos Negros e o nosso Furunando.

Ainda Henrique Leonor Pina: «- Naquela altura [1510] foi quando El-rei mandou fazer Paço novo junto à ribeira de Muge, para repousa nas caçadas na coutada real. Aquele a que chamam Paço dos Negros. Muito do trabalho foi aí feito por gentes que vieram de África. Ao que se dizia, eram escravos guinéus, vindos do reino do Benim. Destinavam-se, principalmente à arroteias dos pauis das ribeiras de Muge e da Atela .../... Os seus descendentes ainda cá estão. Viviam em casa de pau a pique, com paredes de caniços tapadas de barro e telhados de espadana e junco.»


Entre 1525 e 1527 Gil Vicente permaneceu grande parte do seu tempo em Almeirim, devido a febres. Em a Nau de Amores, a tragicomédia com que, em 1527, se recebeu em Lisboa a nova rainha Dona Catarina de Áustria (rainha que com o neto, D. Sebastião, tanto viria a frequentar o paço da Ribeira de Muge), Furunando invoca ser fidalgo, mais até que outros, por ser um dos quarenta filhos do Rei do Benim*:
«Se boso firalga he aqui
a mi firalgo também
fio sae de rey Beni
de quarenta que elle tem
a masa firalgo he a mi.»

* em Paul Teyssier, la langue de Gil Vicente.

Gil Vicente, o Furunando, e Paço dos Negros

Destes escritos Quinhentistas, de Henrique Leonor Pina, sobre Gil Vicente, pág. 59: «não era bom caçador, mas conhecia bem o Paço da Ribeira. Falava com frequência com os negros que aí se haviam fixado.../...Chamava-se precisamente Fernando. Pediu que lhe rezasse o Padre Nosso e a Salve Rainha...



Salve Rainha retirada da peça "O Clérigo da Beira":

– Sabe a Regina*
mathoa misericoroda
nutra dun cego sável
até que vamos a oxulo filho degoa
alto soso peamos já frentes
vinagre quele quebraram em balde
ja ergo a quarta nossa
ha ylhos tue busca cordas
oculos nosso convento
e geju com muyta fruta ventre tu
ja tremens ja pias.
Seoro Santa Maria…







(pode ver-se como a linguagem é um hino à vida no Paço da Ribeira.)









*Salve Regina, mater misericodiae Vita, du cedo et spes nostra, salve! Ad te clamamus, exules filii Evae. Ad te suspiramus gementes et flentes in hac lacrymarum valle. Eia ergo, advocata nostra illos tuos misericordos óculos ad nos converte. Et Jesum, benedictum fructum ventis Tui nobis, post hoc exilium, ostende. O clemens, o pia! o Dulce virgo Maria.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Curiosidades sobre o Paço dos Negros da Ribeira de Muge

A relação de Portugal com o Benim viria a deixar a sua influência em Paço dos Negros.
Este negro Pedro Barroso que em 1515 econtramos como mensageiro, em Almeirim, fazia parte de uma elite benim, decerto baptizada nestes primeiros anos de 500. Vamos encontrá-lo em 1516, como língua, numa Inquirição sobre a nau dos armadores que da ilha de S. Tomé foram a Benim, ao resgate.




Almeirim e Paço dos Negros nas relações Portugal-Benim,

Um documento que atesta a grande intensidade das relações Portugal-Benin, no ínicio do século XVI.
Corpo Cronológico, Parte I, mç. 19, n.º 62:




Ruy Leite. Mamdamosuos que dêes a Pero Baroso, homem preto que veio a nós com cartas delRey do Benym e huũ capuz e huũ pelote de panno de duzemtos reaes o covodo, vermelho ou da cor que elle mais quiser, e hũuas calças de guardalate de preço de clxxx reaes, e huũ gibam de chamalote vermelho. E dailhe tudo feyto e tirado da costura, que lhe mamdamos dar pera se vestir, e sem esperardes por folha, por que asy ouveemos por beem. E por este aluará, com seu conheçimento, mamdamos aos cõtadores que vollo leueem ê cõta.
Feyto ê Almerim, a xx dias de dezembro, o secretario o fez, 1515 – e asy lhe day huũ barrete vermelho.
Rey

Recebio o dito Pero Barroso de Ruy Leyte todo o vistido acima, cõteudo, feyto e tirado da costura e asy barrete uermelho, em xxij de janeiro de bxvj.
a) Jorge + Correa. a) P. + Barroso.

hũu capuz e pelote de pano de ij reaes o covado e huãs calças de guardalate de clxx o covado e huũ gibam de chamalote vermelho e hũ barrete vermelho, a Baroso, que veeo cõ cartas delRey do Benym, a vosalteza ê Ruy Leite.
Recebido - Y. da Fonseca.

sábado, 23 de janeiro de 2010

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O lóbi do Restopórtico

Em qualquer parte do mundo quando passamos um pórtico, esperamos entrar numa zona nobre dessa localidade, cheia de dignidade e história, uma zona quase sagrada.

E o que vemos nós no concelho de Almeirim? Vemos pulular por aí panfletos e brochuras que se plagiam uns aos outros, um mais desconhecedor da realidade do que o outro, a afirmar: «do que foi o Paço dos Negros, resta o pórtico...», «do que foi o Paço dos Negros, resta o pórtico...», logo, podem destruir tudo o que não seja o dito...



Seria Paço dos Negros, quando entramos no Pátio, este local sagrado, cheio de magia, não fossem as aberrações como a que vemos na imagem, também por obra deste lóbi do Restopórtico, instalado em Almeirim.

Foto actual, da respectiva cloaca, construída nos anos 90, segundo informação de pessoas conhecedoras, não só com autorização da câmara, como teria sido a expensas da própria câmara de Almeirim. O que não pudemos confirmar.

Será para isto, que a câmara adquiriu parte do monumento?


Quatro escravos para a Ribeira de Muge


trecho de carta, C.C, 1, 9, 30



Nós el rei mandamos a vós nossos contadores que leveis em conta a Gonçalo Lopes almoxarife dos nossos escravos cinquenta e três mil réis por outros tantos que foram avaliados seis escravos que entregou a Rui Gomes que foi nosso tesoureiro da Casa da Mina sobre o qual foram carregados em receita segundo vimos por seu conhecimento e certidão de Cristóvão da Mota nosso contador que lhe tomou a conta que os sobre ele carregou / quatro escravos para mandar (?) para os Paços da Ribeira de Muge e os dois para mandar a Frandes dos quais dois escravos o dito Gonçalo Lopes tinha um mandado nosso para lhos entregar que foi feito perante nós o que assim cumpriu. Feito em Lisboa ao derradeiro dia de Junho Jorge Fernandes o fez ano de mil quinhentos e dezasseis.
Rei


Para levarem em conta a Gonçalo Lopes 53 mil réis que monta nestes 6 escravos que entregou a Rui Gomes/ 4 para a Ribeira de Muge e os 2 para Frandes sobre o qual foram carregados.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Francisco de Almeida - 8º Almoxarife

Características deste almoxarifado: Estava extinto, sendo de novo aberto. Não tinha o mesmo estatuto social dos anteriores (bem como dos posteriores). Metade do mantimento, trigo e cevada, reverte a favor da viúva de Rodel Figueira. Mantém as demais obrigações. Não consta este almoxarife da galeria de almoxarifes do Paço dos Negros, em Frazão de Vasconcelos.


Ch. D. João iv, 28,103

«Dom João etc. faço saber aos que esta minha carta virem que havendo respeito ao bem que Francisco de Almeida meu monteiro prestador me serve na dita obrigação e a folgar de lhe fazer mercê da propriedade do ofício de almoxarife dos meus Paços que estão na ribeira de Mugem que vagou por falecimento de João Rodel Figueira o último proprietário que foi dele e isto sem embargo do dito ofício estar extinto porque de novo o torno abrir com o qual ofício haverá de ordenado e mantimento um moio de trigo outro de cevada e dez mil réis em dinheiro e os vinte e quatro mil réis para pagamento dos jornais do homem que há-de ser contínuo no benefício do pomar e horta dos ditos Paços porque o outro moio de trigo e de cevada que faltam para os dois de trigo e dois de cevada que tinha como do cargo o dito João Rodel faço mercê deles a dona Maria da Silva sua mulher em sua vida o qual ordenado lhe será pago com certidão do provedor de minhas Obras e Paços de como serve e satisfaz com sua obrigação pelo que mando ao Provedor das Lezírias Contador das Jugadas da Vila de Santarém lhe dê a posse do dito ofício e lho deixe servir e dele usar e haver os ditos um moio de trigo de ordenado e outro de cevada e dez mil réis em dinheiro e os vinte e quatro mil réis para pagamento dos jornais do homem que há-de servir, digo que há-se servir contínuo no benefício do Pomar e assim haverá mais com o dito ofício os prós e percalços que lhe direitamente pertencerem e assim no mais haverá juramento dos santos evangelhos que bem e verdadeiramente o sirva guardando em tudo meu serviço e as partes seu direito e querendo eu tirar ou extinguir por qualquer causa que seja nem por isso minha fazenda lhe ficará obrigada a satisfação alguma de que nela pagará os direitos que dever de nosso conforme o regimento dela e por firmeza de tudo mandei dar esta carta por mim assinada e selada com o meu selo pendente. Manuel Gomes a fez em Lisboa aos trinta de Março de mil seiscentos e cinquenta e seis anos e começará a vencer o ordenado do dito ofício do primeiro de Janeiro deste dito ano em diante. Sebastião da Gama Lobo o fez escrever. El rei //»

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A Florentina

A Florentina, um drama acontecido no ano de 1951, em Paço dos Negros. Tinha 14 anos. Um dos últimos "versos" construídos pelo povo, quando a notícia era transmitida e espalhada da forma mais bela que pode haver, ainda que de um drama se trate: o canto das mulheres.



No dia 23 de Fevereiro

Um caso se praticou
Foi o Álvaro da Faustina
A sua mana matou

A sua mana matou
Matou-a sem piedade
Quem lhe havera de acudir
Sua mãe tinha amizade

A sua mana Jacinta
Chorava que dá ternura
Adeus mana Florentina
Vais nova para a sepultura

A sua mana Hortense
Chorava do coração
De ver o sangue a saltar
Da cabeça para o chão

Os gritos que ela atirava
Cortavam o coração
Adeus mana Florentina
Ai mana de uma paixão

O hospital de Santarém
Tem janelas e corredores
Onde estava a Florentina
Onde sofreu tantas dores

Torradas novas torradas
Esta faca corta o chão
Isto tudo aconteceu
Causado pelo seu irmão

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

João Rodel Figueira - 7º Almoxarife

Sucede a seu sogro, Estêvão Peixoto da Silva. Mantém o ordenado de 10.000 reis, trigo e cevada, a obrigação de ter um cavalo para guardar a coutada, e manter o cultivo do Pomar real...

trecho da carta de nomeação de João Rodel Figueira, ch. D. João IV, 17, 38




Dom João etc. a quantos esta minha carta virem faço saber que achei por bem de fazer mercê a João Rodel figueira do cargo de almoxarife dos meus Paços da Ribeira de Muge, que vagou por folga e óbito de Estêvão Peixoto da Silva a mando nosso por estar casado com uma sua filha e ser propriedade do dito ofício e haver sido Duarte Peixoto pai de Estêvão Peixoto que o serviu nos ditos Paços com o qual ofício haverá de mantimento e de seu ordenado cada ano trinta e quatro mil réis em dinheiro pagos no almoxarifado da dita vila de Santarém e vinte e quatro mil réis para um homem que há-de sempre andar no pomar dos ditos Paços e dois moios de trigo e dois moios de cevada de ordenado cada ano que é como tinha o dito Estêvão Peixoto da Silva pela coita? do dito cargo e por um alvará que tudo lhe será pago com certidão do Provedor das Obras ou Sisas digo Obras dos meus paços do qual ofício terá alvará enquanto eu o tiver por bem e não mandar o contrário tendo declaração que tirando-lho ou extinguindo-o em algum tempo por qualquer causa que seja o poderá fazer sem por isso lhe ficar minha fazenda obrigada a satisfação alguma e o dito ordenado há-de haver pela sua carta acima declarada de que tinha seu dois moios de cevada serão para mantimento de um cavalo que será obrigado ter continuadamente para guardar a coutada da dita ribeira como fazia o dito seu sogro e os ditos 34 mil réis lhe serão entregues e pagos no almoxarifado da vila de Santarém e o trigo e a cevada no das Jugadas da mesma vila com certidão do dito Provedor das minhas Obras e Paços a quem mando dê posse do dito ofício ao dito João Rodel Figueira e lho deixe servir e dele usar o dito ordenado digo mantimento assim mais todos os prós e percalços que lhe direitamente pertencerem como tudo tinha e havia o dito Estêvão Peixoto da Silva ...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Os três moinhos reais

Passados  que são 500 anos, aí estão eles, a nós que choramos lágrimas de crocodilo pelo ambiente e pela preservação do nossa história e cultura, a escancarar-nos nas nossas caras sem vergonha a nossa falta de respeito por nós próprios. Onde páram os responsáveis pela cultura deste concelho?

interior do moinho do paço


vista do Paço e exterior do moinho


interior do moinho do Pinheiro


vista do casal e exterior do moinho do Pinheiro


vista do exterior do moinho da Ponte Velha

Vista do Paço com Moinho e Canteiros de Arroz


sábado, 9 de janeiro de 2010

Moinhos da Ribeira de Muge

Os Moinhos a que esta carta se refere são o Moinho do Paço, o moinho do Pinheiro e o moinho da Ponte Velha. Moinhos ainda de pé, e recuperáveis, apesar do desprezo a que têm sido votados.


trecho de carta, Ch. D. Manuel I, 24, 88.



D. Manuel etc a quantos esta nossa carta virem fazemos saber que nós nos consertamos ora e contratamos com Francisco Palha cavaleiro da nossa casa e nosso contador mor dos lugares dalém que lhe prouve em nos dar e deixar de hoje para sempre três assentos de moinhos que tem em a ribeira de muja seus próprios e foros que são a saber: um junto com os nossos Paços e os outros dois mais abaixo .../...dada em Almeirim aos xiii dias de Janeiro. Afonso Figueira a fez de mil quinhentos e quinze.


Assinatura de Francisco Palha






quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Construindo a História de Paço dos Negros

trecho da carta de Pedro Matela ao rei D. Manuel I, de 22-4-1511, onde este dá conta ao rei de que Vasco Palha "abre mão" (como aparece em outros documentos), das terras e moinhos, para que o rei construa o Paço do seu "desenfadamento".

CC, 1, 10, 26

Outrossim senhor tanto que vim busquei  RETIRADA


Assinatura de Vasco Palha

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

D. Sebastião e o Paço - peripécias

São conhecidas as várias histórias de quando o rei adolescente, fugia à avó, rainha D. Catarina, e se embrenhava nos matagais das coutadas de Almeirim e Ribeira de Muge. Aquela em que aos 12 anos matou um javali, salvando da morte o seu aio, o caso em que "posto em cima de uma árvore, esperava um javali, viu um vulto, e descendo com pressa, investiu com ele, era um negro boçal que tinha fugido...". Hoje publicamos dos escritos de frei Amador Rebelo, 1532 -1622 , Relação da vida del-rei D. Sebastião (em Francisco Sales de Mascarenhas Loureiro), o caso do rei "de boa boca", como teria ficado conhecido nesta região.


 Panorâmica de Paço dos Negros, vista da floresta leste, 2009


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Estêvão Peixoto da Silva - 6º almoxarife

Ofereço aos interessados mais um pequeno episódio da interessante e, até agora, completamente desconhecida história do Paço dos Negros.
Tem sido este desconhecimento, associado à arrogância da ignorância reinante na Câmara de Almeirim a respeito deste paço, único no concelho ainda de pé, e que ainda pode ser salvo, o principal factor e motivo das políticas que, no que toca à sua salvaguarda e valorização, como lhes compete, têm rondado o criminoso.

Principais características deste almoxarifado. Estêvão havia sido nomeado herdeiro de seu pai por alvará de lembrança de 1594. Deve manter num cavalo para guarda da coutada. Deverá ser feito um inventário de todas as coisas do paço. o cargo será extinto com a morte deste. o que depois não se verificará, como um dia veremos.

Ch. filipe III, 8,76-77.


Estêvão Peixoto [da Silva]


Dom Filipe etc. faço saber aos que este alvará virem que por parte de Estêvão Peixoto me foi apresentado um alvará de lembrança de que o traslado é o seguinte: el-rei faço saber aos que este alvará virem que eu hei por bem de fazer mercê de por seu falecimento fazer mercê a Duarte Peixoto almoxarife dos meus Paços da Ribeira de Muge do dito ofício pelo filho mais velho que dele ficar à hora da sua morte assim e da maneira que ele o tem que é como ora teve e foi dele Duarte Peixoto e por minha lembrança e sua guarda lhe mandei dar este alvará por o qual depois do falecimento do dito Duarte Peixoto se passará carta em forma do dito ofício a seu filho mais velho que dele ficar assim e da maneira que o tinha o dito seu pai sendo apto para o servir e pagando os direitos ordenados em minha chancelaria pela qual não passará e este se cumpra como se nele contém. O licenciado Figueira o fez em Lisboa a 16 de Setembro de 1594 e ao fazer da dita carta em provisão do dito seu pai e em do dito ofício Sebastião Perestrelo o fez escrever e pedindo-me o dito Estêvão Peixoto da Silva que por quanto ele era o filho mais velho que ficou por falecimento do dito Duarte Peixoto seu pai almoxarife que foi dos meus Paços da Ribeira de Muja por lhe não ficar por sua morte outro filho e por mostra do alvará de lembrança acima trasladado lhe pertencer o dito ofício que o dito seu pai nele nomeou como consta de uma certidão de Juiz das Justificações de minha Fazenda visse por bem mandar lhe passar carta em forma deste. Visto por mim seu requerimento alvará de lembrança acima incorporado certidão de justificação e carta que o dito seu pai tinha do dito ofício e confiar do dito Estêvão Peixoto da Silva que me servirá nele bem e fielmente como a meu serviço cumpre hei por bem e me praz dele fazer mercê do dito ofício de almoxarife dos meus Paços da Ribeira de Muja com declaração que tirando-lho ou extinguindo-o por qualquer causa que seja a poderei fazer sem por isso lhe ficar minha Fazenda obrigada a satisfação alguma o qual ofício terá e servirá enquanto [ ] e tanto que vagar por sua morte ficará extinto e o não haverá mais e com ele haverá de mantimento ordenado em cada ano dez mil réis em dinheiro dois móis de trigo e outros dois de cevada que é outro tanto como tinha e havia o dito Duarte Peixoto seu pai pela dita carta o qual ordenado há-de haver por esta maneira os dez mil réis e os dois móis de trigo para seu mantimento e os dois móis de cevada para mantimento de um cavalo que é obrigado ter continuadamente para guardar a coutada da dita Ribeira como era obrigado ter o dito seu / provedor e Contador da comarca da dita vila que faça entregar ao dito Estêvão Peixoto da Silva todas as coisas que nos ditos Paços tenho de que fará fazer inventário pelo dito provedor e Estêvão Peixoto o qual inventário o escrivão terá em muito boa guarda e o dito conhecimento em forma deste alvará de lembrança e certidão de justificação xxx tudo ao assinar deste nas costas da qual se fará assento da dita posse e mandado e no registo do dito alvará de todas as coisas que faço supra verba de conteúdo nesta eu por firmeza de tudo lhe mandei dar por mim assinada e selada com meu selo pendente António de Barros a fez ao derradeiro de Julho de 621. Luís Delgado o fez escrever.

Manuel da Costa

Estado de ruína, da capela de S. João Baptista em 2004.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Um Passado bem recente

Estas fotos ambas tiradas em Aboborais, 1961 e 1965, ilustram bem o modo de vida do povo nos anos 60 do século XX, nas charnecas de Entre-Muge-e- Sorraia.




sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Representações de Paço dos Negros e da Ribeira de Muge


Cerca de 1700, era esta região de Paço dos Negros representada por "Palácios" e "Moinhos",


PLACIDE, Le Pére, 1649-1734