quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Na senda dos escravos da Ribeira de Muge

Mezinhas para os Escravos do Rei


Trecho da carta, onde Pedro Matela dá ordem a Henrique Nunes: «Pedro Matella cavaleiro da Casa d’el-rei nosso senhor e seu contador na comarca dos escravos desta mui nobre e sempre leal vila de Santarém e da vila de Abrantes, corregedor perpétuo da vila de Almeirim, vos mando a vós Henrique Nunes, almoxarife do almoxarifado desta dita vila de Santarém, que qualquer dinheiro que tiverdes do ano passado de mil quinhentos e vinte e nove, deis e pagueis a Simão Roiz, boticário, os 1210 réis atrás contidos nesta carta de Mestre Luís, os quais 1210 réis foram de mezinhas para os ditos escravos do dito senhor», CC, 2, mac 164, fol.48.


"O recibo"

Senhor contador


O bacharel Mestre Luís, físico dos escravos desta vila, que tenho cargo de curar os escravos del-rei nosso senhor, da Ribeira de Muge, digo que é verdade que eu contei umas mezinhas a Simão Roiz de certas receitas que ele deu de sua botica para os ditos escravos, as quais mezinhas foram mandadas dar por o dito contador e assinadas por ele e por o físico, e ao fazer desta conta foram todos perante ele nos quais se montaram 1210 réis, e para lhe serem pagos lhe dei este por mim assinado e feito em Santarém ao primeiro dia de Agosto de 1530 anos.
Assinatura indecifrada


Eu Simão Roiz boticário digo que é verdade que eu recebi de Henrique Nunes almoxarife estes 1210 réis neste mandado atrás escrito e por ser verdade que os assim recebi assinei este conhecimento por mim feito e assinado. Feito aos 13 dias do mês de Agosto 1530 anos.

Simão Roiz.