«Manuel de Abreu nós el-rei vos enviamos muito saudar encomendamos-vos e mandamos que tanto que esta virdes compres doze vacas muito pequenas e as mais formosas e remendadas que puderdes haver e dois touros isso mesmo pequenos e formosos e tanto que os tiverdes comprados os envieis por um homem que para isso tomamos com este nosso moço de estribeira que a isso enviamos que os traga aos nossos Paços da Ribeira de Muge para aí andarem e o dito homem vos levará conta de Diogo Rodrigues almoxarife dos ditos Paços que declarará que os recebeu de nós e ficam sobres eles carregados em receita e por ele mandamos que aos nossos contadores que vos levem em conta o que custaram e isto cumpri assim com toda a diligência e brevidade por que cumpre assim o nosso serviço. Escrita em Lisboa aos 20 dias de Agosto André Pires o fez de 1513. E assim comprais também dois bois para andarem com um carro. Rei.» (CC, 1, maço 13, fol. 43).
(Em recibo, de 30 de Setembro, assinado pelo Almoxarife das Obras, Diogo Rodrigues, diz o custo de cada uma das 16 peças.)
Temos ouvido, por vezes, opinião de que na Ribeira de Muge nunca houve campinos. Manda a verdade dizer que na Ribeira de Muge haverá pelo menos 500 anos que existe a actividade ligada aos toiros, como se pode ver na carta acima, em que nos anos da construção do Paço da Ribeira de Muge, logo vieram 12 vacas, 2 bois e dois toiros.
Várias herdades na Ribeira de Muge, como os Gagos e a Ponte Velha, os tiveram, e outras como nas Talasnas parece que mantêm ainda a criação de toiros bravos.
A nossa homenagem a António Simões.