Está a nascer em Paço dos Negros uma nova Associação. Associação que será uma Academia onde se pesquisa, se preserva e se divulga a cultura desta região, tendo o Paço dos Negros, como centro aglutinador.
Academia onde não mais se faça a apologia de um pseudo folclore, criação do salazarista António Ferro que, por não ser representativo dos saberes do povo, tem mostrado ser factor de menorização desse mesmo povo.
Aspira esta Associação vir a recrear a cultura da Ribeira de Muge em todas as suas vertentes, e a dar novamente voz às “Mulheres da Ribeira de Muge” de tão grata memória. Para tal está a nascer o grupo coral “Mulheres da Ribeira de Muge”.
Irá esta futura associação apresentar peças que já foram recolhidas e outras que continuam a ser pesquisadas, não esquecendo a vertente do passado palaciano e “dos Negros” que em Paço dos Negros fizeram história, e que tão esquecidos têm sido.
Também será objecto de estudo a dança, a museologia, o teatro, com as peças vividas pelo povo, peças que a vida criava, que o povo inventava, por vezes representava enquanto trabalhava, tendo para se exibir um palco de lama e erva, dentro dos canteiros do arroz.
Oiça no post anterior uma das peças que na primeira metade do século XX era dançada em Paço dos Negros. É cantada pelo Coro das Mulheres da Ribeira de Muge, num dos seus primeiros ensaios. A Condessa.