terça-feira, 19 de julho de 2011

O Porto dos meus sonhos

Faz hoje 49 anos:

Decorria o ano de 1962. O dia 19 do mês de Julho. Um dia quente de Verão. O sol, abrasador, tremeluzia a incendiar a própria sombra das altivas figueiras que rareavam nos arneiros em volta da casa. Naquela calmaria, parece que algo se pressentia…
O pai, doente, aborrecia de ir a mais uma consulta. Por volta da hora do almoço, disse à mãe:
– Prepara o Manel que ele hoje vai comigo!
Nos seus dez anos, Manuel ficou feliz, pois era a primeira vez que iria a Lisboa. Breve, saberia dos abrolhos que a vida tem.
Completara há poucos dias a Quarta Classe e, em domingo de feira, o pai levara-o até a Santarém à casa de D.ª Branca, uma casa que albergava estudantes das aldeias. O entusiasmo durara um mês. Nos dois últimos anos a professora Maria de Lourdes havia-lhe confiado a chave da Escola. Uma vez ouvira-a dizer ao pai: – “Senhor João ponha-o a fazer a Admissão em Santarém…”
Foram vinte quilómetros de novidade a velha camioneta até Santarém. Na estação, com a imaginação à solta, fervilhava o seu universo de linhas-férreas, enquanto o pai indicava: – Nós vamos por aquela linha...; esta aqui vai para o Porto... – e apontava para a curva onde as linhas se perdem de vista, escondidas já por entre as canas que as ladeavam.
Apanharam um comboio, ainda se recorda, com bancos amarelos de verniz e madeira. Parava em todas as estações. Pelo caminho, agarrado à janela, Manuel prendia-se aos nomes das estações: Vale de Santarém, Santana-Cartaxo, Azambuja, Vila Nova da Rainha, Vila Franca de Xira... Nomes que ainda não relacionava com as "Viagens" de Garrett, um Redol; … Carregado, Póvoa, Sacavém, Olivais, cuja Marquesa de Rio Maior e suas tribulações de cronista crítica da viagem inaugural do Caminho-de-ferro, no longínquo 1856, não faziam parte do seu imaginário. Mas já conhecia todas as linhas e ramais. Orgulhava-se disso. Afinal, na escola, andara no último ano a decorar, para ter na ponta da língua, aquele ror de linhas-férreas.
Viu fábricas. E uma ponte com arcos? E o rio Tejo tão grande...
Em Lisboa, viu barcos. Enormes! Pareciam prédios. Tal como Garrett, viu o rio Tejo por uma nesga. Só que um século mais tarde. Mas eram ainda os mesmos velhos armazéns e montes de sucata que tapavam a vista do rio.
Andou de autocarro, de “Metro”… Como era importante viajar num comboio debaixo do chão! À tardinha foi ainda ao aeroporto espreitar os aviões, e ver o pôr-do-sol. À noite viu televisão, um bem ainda raro. Na aldeia onde morava não havia electricidade e só havia uma proibitiva televisão, na “Sociedade”.
Dormiu numa costumada casa particular que a doença do pai obrigou a conhecer.
De manhã esteve à porta do Jardim Zoológico. Não entrou. Era preciso ir à consulta ao Hospital de Palhavã, como se dizia na altura.
Um mês depois, morria o pai nessa distante Lisboa. E lá repousa…
O sonho de estudante desvanece-se. Fora apenas uma miragem. Afinal vivia numa aldeia pobre, sem comunicações, por detrás da serra, onde a agricultura era de subsistência e as mentalidades subsistiam.
A vida continua mas, para Manuel, a realidade da vida anuncia-se cedo e dura.
No dia 7 de Outubro desse ano, dia de aulas, Manuel dá já o corpo ao manifesto. Vê passar os meninos que vão para a escola e chora. Chora e esconde-se dos olhares em cima da cabula da palha de arroz que, de forquilha na mão, ergue com a irmã. Já sentira o luto carregado de sua mãe e irmãs mais velhas, as vantagens e desvantagens de viver uma sociedade comunitária: os pêsames, os constrangimentos, o controlo social, mas também a solidariedade e a amizade dos vizinhos, amigos e conhecidos, enquanto ajudavam na faina da vindima.
O menino cresceu. Foi cavador, ceifeiro, na caserna das obras sentiu no corpo os percevejos, comeu o pão que o diabo amassou. Tornou-se homem, viajou, lutou, estudou. Hoje compreende a dureza da vida, como só o podem fazer os que não tiveram tempo nem oportunidade para crescer, brincar e estudar.
Mais de quarenta anos volvidos, três décadas de vida ferroviária a percorrer o país de lés-a-lés, Manuel conhece as cidades, as paisagens, as estações e as linhas, as distâncias e os tempos para as percorrer.
Manuel perdeu muitas ilusões: Já não há tempo, nem magia, para se ir de comboio, de véspera, sob um sol tórrido, ver o pôr-do-sol em Lisboa; na estação de Santarém já as mulheres não apregoam as bilhas de água; as “Pombinhas de Santarém” deixaram de voar nas suas vozes; mas, quando, diariamente, na velhinha e linda estação de Santarém olha para a mesma curva da Linha do Norte, revive uma excitante tarde do Verão da sua infância, e ainda acredita: “O Porto dos meus sonhos avista-se da estação de Santarém”.


domingo, 17 de julho de 2011

Paço dos Negros e a sua cultura popular - Breve estudo

Como sociólogo e amante do Folclore da minha terra, do qual tento ser conhecedor e respeitador, folclore entendido como toda a cultura popular genuína, desde as canções, as danças, os trajes, os contos, as lendas, as histórias, o romanceiro, os dichotes, as lengalengas, as artes manuais tradicionais, etc., é minha obrigação, não só pesquisar, recolher, mas em permanência questionar-me sobre estado da cultura popular em Paço dos Negros, terra antiga e riquíssima em algumas destas temáticas.

Algumas questões preliminares: O que deve fazer um agente da autoridade, um cidadão, se for confrontado com, por exemplo, um assalto à fazenda mesmo que alheia?
Intervir.
O que deve fazer um médico, um cidadão, se for confrontado com um a(in)cidente em que haja feridos?
Intervir.
O que deve fazer um simples cidadão responsável se assistir à delapidação de bens públicos?
Intervir.
O que deve fazer um estudioso da história e da cultura popular local, se detectar que a representação da cultura da sua terra não é representativa e respeitadora dessa mesma matriz cultural? Intervir, denunciando e propondo novas e correctas abordagens, pois o melhor que qualquer povo pode ter é a sua história e a sua cultura.

Realidades mais abrangentes.
Não está em questão em que cada qual se ache no direito de representar as peças que, e como bem entender. A questão está em omitir a verdade, não dizendo a origem dessas mesmas peças, fazendo-as passar por representativas da cultura de um determinado povo. Com todo o prejuízo para a cultura do povo, porque deformadora da realidade cultural desse mesmo povo e, é sabido que motivos vários podem impedir que esse mesmo povo, incluindo os mais novos, que evidentemente nasceram fora do contexto cultural que se quer representar, tenham acesso à verdade histórico-cultural da sua terra.

Tratemos hoje o caso das modas que o Rancho “Folclórico” DESTA MINHA TERRA, Paço dos Negros, interpreta.
Num brevíssima análise de conteúdo, e semântica, das 28 modas que o mesmo me disponibilizou, sendo eu primeiro secretário, 23 são cantadas. Destas 23, 13 têm características de desafio entre homem e mulher. Um manifesto exagero. Não aparece uma única CANÇÃO, que tenha na matriz a beleza poética, a riqueza da metáfora, a simplicidade rude, das quais o Folclore da terra é tão rico.
Um exemplo desta riqueza metafórica no “Vira da Tira” (das minhas pesquisas):
Ó roseira tu tens bicos
Talvez me queiras picar
Não te lembras ó roseira
Quando eu te ia regar…

Nestes 23 temas, vemos que aparecem frequentemente termos como “colega” e “amigo”. Não aparece uma vez o termo “camarada”, que era o termo usado entre os trabalhadores do campo de antanho, bem como ainda hoje. Alguns exemplos:
…Gosto de cantar a teu lado
Como colega e amigo
Fadinho do Ti Josué

Olha de frente pra mim
Não te estejas a zangar
Colegas e bons amigos
Sempre prontos pra cantar
Vira da desgarrada


…Quando olhei para ti
Com estes meus olhos
Pois eu não sou cega (bis)
Eu gosto muito de ti
Eu olho e sorri [o]
Mas é só de colega (bis)
Vira do Alto choupo


…Podes crer que eu sou sincero
Aquilo que eu quero
Em sonhos te digo (bis)
Eu aproveito o ensejo
Pois o que eu desejo
É ser teu amigo (bis)
Vira dos sonhos


…E com esta me despeço
Estamos só a brincar
Ficamos ambos amigos
Terminamos a cantar (bis)
Fadinho rodado


Erros históricos grosseiros:

… Meu concelho é mesmo assim, por ele sinto alegria
As Fazendas de Almeirim é a minha freguesia (bis)
Bailarico do Jardim
Erro histórico e geográfico-administrativo, pois faz-se passar nas décadas anteriores a 1957, ano da criação da freguesia de Fazendas, quando a freguesia era ainda Raposa.

Minha terra antigamente
Quem admirado não fica
Hoje chama-se Paços Negros
Dantes era Paços de Manique
Dança do Conde de Manique…
Erro histórico, pois a verdade histórica da terra o desmente.


Quadras de pé coxinho

Eu gosto de ti menina
Eu te faço a confissão
Se não te importasses muito
Davas-me o teu coração

Meu coração não te o dou
Não o quero comprometido
Porque eu não gosto de ti
Para seres o meu marido

Não me dês esse desgosto
Que eu morro de amor por ti
Tu és a cara mais linda
Que eu no mundo já vi

Vou-te dizer uma coisa
Eu te explico a cantar
Vamos entrar em acordo
Iremos os dois casar
Vira dos namorados


…Como nós não há igual
Por todo lado a invejo
Esta moda é dançada
Na zona do Ribatejo (bis)
Passo largo


…Ó menina tu também sabes
Pois eu quero ouvi-la cantar
Pois eu vou te dar um aviso
Que com esta vais-te calar
Fadinho do Ti Josué


Quando te encontrei na rua
Reparei e vi
Deste um jeitinho nos olhos
Apaixonei-me por ti

Quando te encontrei na rua
Eu vi que tinhas conversa
Mas eu quero-te dizer
Que de ti nada me interessa

Refrão - Ele vestido de preto
Ela vestida de branco
Ó que cara tão bonita
Na mulher do meu encanto

Vou-te levar à igreja
Bem juntinho ao altar
És a mulher dos meus sonhos
Com quem eu hei-de casar

Pois não sejas tão teimoso
Não estejas a ateimar
Assoa-te ó meu ranhoso
Toma o lenço de assoar

Ele vestido de preto…

Pois ó minha lambisgóia
Não me estejas a ralhar
Eu tenho ouvido dizer
Quem desdenha quer comprar

Ouça bem ó meu menino
Veja lá como é que fala
Se lhe dói muito a barriga
Não coma erva na vala

E com esta me despeço
Estamos só a brincar
Ficamos ambos amigos
Terminamos a cantar (bis)
Fadinho rodado
Inverosímil, pela época histórica local que pretende retratar (ela vestida de branco), pela contradição refrão/quadras, pela harmoniosa coreografia…

Esta moda é dançada
Para trás e para a frente
É batida para fora
E batida para dentro

Esta moda é dançada
Dançada assim, assim
Meia volta meu amor
Vira a cara para mim

Esta moda é dançada
Dançada ao bater das palmas
Faz virar meu coração
Muito amor nas nossas almas
Dança ao bater das palmas


Gosto de ti com paixão
Eu te digo a verdade
Vou te dar o meu coração
Como prova de amizade

Amor se gostas de mim
Não fazes nada de mais
Porque eu gosto mais de ti
Do que gosto dos teus pais
Ai que riso que graça me dá

Confirma-se assim a origem da letras não ser de base popular ancestral e desconhecida, não passaram as letras pela patine do tempo e da sabedoria popular, mas são da autoria de Jesuína Oliveira Mendes, sobre músicas populares, tal como a própria nunca negou e sempre afirmou.

Pela amostra, não discuto aqui o mérito ou o desmérito da autora, que algum teve, localmente, à época, 1984, embora serôdia. Com a devida vénia, veja-se o que já estava acontecendo no país: «Também Sebastião Arenque, depois de aceitar o convite para dirigente folclórico do Rancho “Ceifeiras e Campinos”, de Azambuja, em 1967, teve de fazer-lhe algumas transformações, retirando-lhe “todo o repertório, dado tratar-se de músicas compostas, poemas feitos e coreografias encenadas ou imaginadas, sem nada em comum com as usanças antigas das gentes da Azambuja” http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR462df847445fb_1.PDF).»

Quero declarar que, guardião de um vasto espólio, neste caso em apreço, letras, músicas e danças, que através das minhas pesquisas ao longo de mais de 10 anos o povo da região me confiou, estou disponível para ajudar o Rancho “Folclórico” de Paço dos Negros, a tornar-se um digno representante da cultura desta nossa terra. Fica a oferta.




























sexta-feira, 15 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ao povo o que é do povo

Com a devida vénia trancrevemos de:

http://www.correiodoribatejo.com/index.php?option=com_content&view=article&id=2483:qfandango-do-pauq-anima-reuniao-do-executivo-municipal&catid=44:cultura&Itemid=105

fandango do pau site

O "Fandango do Pau" animou por breves mas irrepetíveis momentos, a pacata e monótona reunião do Executivo municipal do dia 10 de Janeiro, a primeira do ano. Ninguém andou à paulada, mas o vereador Ludgero Mendes (eleito pelo PS), insurgiu-se energicamente contra a inclusão de uma fotografia ilustrativa daquela modalidade de dança (a imagem que vemos em cima), no programa da empresa municipal de Cultura e Turismo – CUL.TUR. Especialista em etnografia e folclore, o vereador considerou o Fandango do Pau "uma aberração que ofende a tradição dos grupos folclóricos". Por isso, em seu entender, não deverá constar entre as imagens publicadas pela CUL.TUR.


"O Fandango do Pau não faz parte da tradição. É uma mentira! Foi uma invenção introduzida há cerca de 60 anos pelo então director do Rancho Folclórico Coral do Ribatejo, Victor Hugo Faria. Não veio do povo e, hoje, só dois ou três grupos insistem nessa aberração", frisou o vereador.

Leigo na matéria, o vereador da Cultura ainda tentou justificar a inclusão daquela fotografia no programa da CUL.TUR, mas logo "enfiou o barrete", aceitando, sorridente e bem-disposto, as explicações de Ludgero Mendes. "Vamos retirar essa imagem", prometeu. Quem sabe, sabe. E a tradição é que sabe.

* negrito do autor

Pergunta-se pode um cientista social ir contra as normas aprendidas na sua Faculdade, normas científicas a que está obrigado, insistindo em fraudes culturais?

Enterrar a cabeça na areia


Paroquial de Raposa


Tivemos conhecimento da notícia e fomos em busca de informação.
Nos blogues “Nós somos capazes” e do Movimento Independente de cidadãos do concelho de Almeirim”, consta:

«De acordo com a imprensa “o governo pretende cortar entre mil e 1500 freguesias no País, isto é todas aquelas que tenham menos de mil eleitores, sendo a referência aos critérios a seguir na extinção e reagrupamento de municípios na reestruturação da administração local os 10 mil eleitores. Anotamos que o Memorando de Entendimento entre Portugal, Bruxelas e o FMI prevê a redução significativa do número de câmaras municipais e juntas de freguesia até Julho de 2012. Além disto, o governo prepara-se ainda para reduzir o número de eleitos locais, reorganizar o sector empresarial local e passar algumas competências municipais para um nível supramunicipal. O executivo quer ter os objectivos da reforma autárquica definidos até ao final do ano e para isso já convocou para as próximas semanas as primeiras reuniões com a Associação Nacional de Municípios e com a Associação Nacional de Freguesias.”»

Na sessão de 30 de Junho de 2011, na Assembleia Municipal de Almeirim, o Grupo Municipal MICA - Movimento Independente de Cidadãos do Concelho de Almeirim, apresentou a RECOMENDAÇÃO seguinte:
“Como é do conhecimento de todos os senhores deputados municipais o memorando de entendimento assinado entre Portugal e o triunvirato formado pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) prevê a redução, até às eleições autárquicas de 2013, do número de câmaras municipais e juntas de freguesia e a diminuição em 15 por cento dos cargos de chefia da administração local e regional. Isto é, quer queiramos quer não vai ser profundamente alterada a actual distribuição administrativa das autarquias. Sendo estas alterações impostas por necessidades económicas certamente serão alheias á realidade histórica, social e geográfica que está na sua génese e por isso tão implantada na realidade dos povos e comunidades. Não se sabe actualmente qual vai ser a participação dos eleitos locais nesta previsível alteração administrativa. Tememos que seja escassa e por isso origem de alguns desconfortos, sensação de injustiça e alteração profunda da relação dos cidadãos com os órgãos de gestão local. Que nos empenhemos todos agora para não ser-mos apanhados desprevenidos, e que, deixando os interesses partidários, nos juntemos no verdadeiro interesse do povo. A Freguesia de Raposa foi refundada (cito M. Evangelista) em 1836. Com a reforma administrativa de 18 de Julho de 1835, surge a estrutura civil da Junta de Paróquia, autonomizada da estrutura eclesiástica. Os seus limites territoriais, no entanto, eram geralmente coincidentes com a das paróquias eclesiásticas que vinham desde a Idade Média. Com a Lei n.º 621, de 23 de Junho de 1916, as paróquias civis passam a designar-se freguesias (a Junta de Paróquia passa a designar-se Junta de Freguesia), fixando-se assim a diferença entre a estrutura civil (freguesia) e a estrutura eclesiástica (paróquia). No entanto, em linguagem popular, é vulgar falar da pertença a determinada freguesia quando, de facto, se pretende falar da pertença a uma comunidade paroquiana. Tendo com orago o Stº António, nesta data (1936) a freguesia de Raposa acercava as localidades e lugares de Arramadas, Caniçais, Casalinho, Convento da Serra, Ferrarias, Paço dos Negros, Paço de Baixo, Paços Novos, Raposa de Baixo, Raposa de Cima, Sesmaria, Casais, Aboborais, Arneiro da Volta, Besteiros, Biscais, Esborracho, Gagos, Marianos, Moinho de Cima, Monte da Vinha, Moreira, Ponte Velha, Salgueiral, Tira e Várzea Redonda.Com a criação da Freguesia de fazendas de Almeirim a 2 de Maio de 1957 a centenária freguesia da Raposa viu o seu território expropriado e a a sua área geográfica reduzida ao que hoje se mantém. Perderam-se entre outros os lugares de Paço dos Negro e Gagos. Grande partes dos moradores destes lugares ainda ostentam nos seus documentos de identificação a naturalidade à freguesia da raposa. Freguesia esta que por ter nascido de forma natural e não administrativa como a das Fazendas, permitia uma unidade cultural e geográfica que a tornaria coesa e impunha um sentimento de pertença entre os fregueses, que cada vez mais se torna indispensável neste mundo globalizante e nesta Europa cada vez mais descaracterizada face ás influências alheias á cultura de cada lugar.

a) Redefinição dos limites geográficos da freguesia da Raposa de modo a incluir as localidades perdidas para a Freguesia de Fazendas aquando da sua criação em 1957. Esta medida permite reincluir na freguesia da Raposa a população de Paço dos Negros e assim, pelo número de habitantes, permitir a discussão na sua manutenção ao invés da sua extinção automática pela escassez de fregueses.

Continua a exposição…


Declaração:
Eu como cidadão nascido e criado na Ribeira de Muge, que mantém no seu B.I. “natural de Raposa”, sem deixar de gostar e respeitar as Fazendas, por há muito se prever este desfecho, venho defendendo publicamente esta ideia. Penso que o pior que pode acontecer às populações da Ribeira de Muge, pois parece que na relenga vila o assunto é tabu, é armarem-se em virgens puritanas, enterrarem a cabeça na areia, contentarem-se em comer à mão, deixarem correr o marfim, pensando que outros defenderão os seus interesses.



domingo, 3 de julho de 2011

Festival de folclore em Paço dos Negros

Rancho Folclórico D. Nuno Álvares Pereira
Leça do Balio








Um rico traje numa simpática senhora



Rancho Folclórico da Casa do Povo da Conceição de Faro












Rancho Folclórico da Santa Casa da Misericórdia de Soure









 Rancho Folclórico de Castelo de Vide



Umas carinhas da assistência















Pena é que o Rancho "Folclórico"? de Paço dos Negros, não assuma que as suas músicas são um embuste. Quase todos as modas, as letras são muito pobres e remetem-nos para a actualidade, são da autoria de Gina do Josué, que aliás as assume e lhas afirma como de sua autoria. Com tanta moda, músicas, letras genuínas, na terra, não precisam de vender gato por lebre. É pena andarem a enganar-se com uma folclorice, e a esconder das pessoas o verdadeiro FOLCLORE, CULTURA POPULAR.



Uma folclorice que nunca existiu como cultura genuinamente popular. Uma invencionisse salazarista. Uma aberração. Veja o que dizem os mais reputados estudiosos folcloristas. (neste blog, post de 6/7, acima.)