segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
A Espera dos Reis
Uniram-se o Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo e a Academia Itinerarium XIV da Ribeira de Muge e saíram pelo Concelho a viver uma velha tradição, que andava um pouco esquecida.
Foram dois dias de algum cansaço mas de grande amizade, generosidade, alegria e convívio, que se pensa já não existirem.
Numa típica rua de Almeirim. A rua e a pedra que deram o nome à famosa sopa da pedra de Almeirim. (HOMENAGEM A DONA MARIANA, A SUA CRIADORA).
Num dos muitos e famosos restaurantes do concelho.
Numa casa particular
No nosso almoço-convívio. (oferta de uma generosa família. obrigados Emília e Carlos).
A todos os Amigos que generosos foram, com muito improviso, mas com muita dedicação, e com votos de um Feliz 2013, eis algumas das peças recreadas:
Ó Jesus Bendito, tradicional de Vila Verde.
https://dl.dropbox.com/u/4453889/Jesus%20Bendito.mp3
Oh meu menino Jesus (Tradicional de Campo Maior- Michel de Giacometti)
https://dl.dropbox.com/u/4453889/Menino%20Jesus.mp3
Natal dos Gagos (tradicional recolhido pela Academia em Gagos, Paço dos Negros, Almeirim)
https://dl.dropbox.com/u/4453889/Natal%20dos%20Gagos.mp3
FELIZ 2013 A TODOS OS PORTUGUESES.
domingo, 23 de dezembro de 2012
Boas Festas
A todos os Amigos desejo um feliz Natal e um novo Ano de Paz e alguma Prosperidade. A uns tantos, que este Santo Natal vos traga o tão desejado menino Jesus.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Uma pérola perdida da nossa cultura
Hoje permitam-me queridos jovens que estão na idade própria para “as trincadinhas”, apresentar neste espaço a prova de que em matéria de cultura se pode ser brejeiro sempre elevando a cultura: subir ao povo, e com o povo, como nos diz Pedro Homem de Melo. Preciso é que não se caia na folclorice salazarenta.
Nesta metáfora do povo simples, recolhida em Paço dos Negros, onde era cantada antes da Guerra, está presente toda a riqueza e simbolismo da sedução HOMEM/MULHER: O tremoço rechonchudo, o rapaz homem feito que já bebe da murraça, garboso, responsável; a pevide na simbologia feminina, a conquista da mulher, frágil e esquiva, a pevide brejeirinha, o tremoço pequenino antes de cozido, e que é escorregadio.
Clique para ouvir:
O tremoço rechonchudo
https://dl.dropbox.com/u/4453889/tremo%C3%A7o%20rechonchudo.mp3
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
A Capela de S. João Baptista de Paço dos Negros
Um povo sem memória é um povo pobre, apto a carregar a carga que estranhos lhe queiram impor.
Foi esta capela o berço de Paço dos Negros. Durante 200 anos ali se baptizaram e enterraram, durante mais de 300 ali se casaram.
Apesar do seu estado degrado e degradante, que nos envergonha, algum progresso foi feito desde 2004. Lentamente.
Frente da Capela em 2004. Foto do livro Lendas da Ribeira de Muge.
Rebocado o seu interior em 2005, assim permanece.
Rebocado o seu exterior em 2007. Frente actual.
O telhado continua abandonado, a deixar entra a chuva, à espera de substituição.
Baseado em estudos, pesquisas no terreno e informações de ex-residentes, não seria muito diferente o seu aspecto interior, no século xvi.
Uma pergunta: Para quando um pouco de interesse, de respeito pela História, pela matriz cultural e pela identidade de Paço dos Negros.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Um pedido aos jovens da minha terra
Aos jovens da minha terra.
Quero dizer-vos que não acredito que repitam os actos de verdadeiro vandalismo que tem surgido nos últimos anos no nosso Paço, na noite da passagem do ano. Quero acreditar que os Jovens da minha Terra não têm a mentalidade retrógrada dos mais velhos, quando não havia o conhecimento nem o respeito pela natureza e pelo património.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Já chegaram os livros, CONTOS DE ENTRE-MUGE-E-SORRAIA. Estavam prometidos para dia 13. São poucos, amanhã mesmo vou começar a distribuí-los.
Sei que não é uma obra prima, mas também sei que nunca serão lixo, como carradas deles que se vendem a peso nos supermercados pois, estes, de qualquer forma, nasceram da sabedoria do povo rude desta região de Entre-Muge-e-Sorraia e com ele viverão.
Aos amigos que já encomendaram o meu obrigado. Aos outros, ainda estão a tempo, e obrigado também pela paciência em lerem.
Ver post anterior.
domingo, 9 de dezembro de 2012
Contos de Entre-Muge-E-Sorraia
Avisou-me a Gráfica que no próximo dia 13 chegará às minhas mãos o livro “Contos de Entre-Muge-E-Sorraia”. Penso tratar estes aspectos burocráticos ainda antes do Natal. Até porque o próximo já espera.
Trata-se de mais uma edição de colecção, 75 exemplares, que serão numerados por ordem de reserva.
O preço será de 5 euros.
Os meus amigos que queiram um exemplar, é favor reservarem. (no face privado, ou cpm_evangelista@hotmail.com)
Como todos os meus livros é um livro de temática local, centrado na cultura (ainda) genuína do povo, logo um livro de interesse universal.
Eis alguns dados do livro.
As 32 enciclopédias (quase todas iletradas) que o permitiram:
Emília da Conceição Caniço, 1913, Paço dos Negros.
Manuel Fidalgo Peleve, 1913, Paço dos Negros.
Rafael Roberto, 1915, Paço dos Negros.
Maria da Conceição Pardal, 1918, Foros de Benfica.
Arminda Inácio, 1919, Paço dos Negros.
Maria Antónia Alves, 1921, Parreira.
Maria Trindade Silva, 1922, Tira, Marianos.
Custódia Secanta, 1922, Tira, Marianos.
António Maria Caniço, 1924, Paço dos Negros.
Benvinda Secanta, 1924, Tira, Marianos.
Lucinda Maria, 1924, Paço dos Negros.
Tomé Dias, 1926, Tira, Marianos.
Manuel Maria Cipriano, 1926, Paço dos Negros.
Jesuína Fidalgo, 1926, Paço dos Negros.
Jesuína Vitória, 1928, Arneiro da Volta.
Madalena Fernandes, 1929, Paço dos Negros.
Manuel Ferreira, 1930, Paço dos Negros.
Fernanda Tomé da Rosa, 1931, Monte da Vinha.
Jacinta Matias, 1931, Paço dos Negros.
Manuela dos Gagos, 1931, Gagos.
Jesuína Tomé, 1931, Paço dos Negros.
Gracinda Pereira, 1931, Paço dos Negros.
Maria Claudina Ferreira, 1933, Paço dos Negros.
Emília Botas Monsanto, 1933 Fazendas de Almeirim.
João Maria Luís, 1933, Paço dos Negros.
Leonor Florêncio, 1935, Paço dos Negros.
Rosaria Ferreira, 1935, Paço dos Negros.
Maria Claudina Mendes, 1937, Paço dos Negros.
António Amaral Cipriano, 1937, Paço dos Negros.
Guilhermina do Rosário, 1940, Paço dos Negros.
Jesuína Mendes, 1943, Arneiro da Volta
Jesuína Pereira, 1950, Paço dos Negros.
Indice:
Prefácio 7
O real cavalo Moufão 9
Os oito tostões 11
Dá a mosca nos homens 13
O Juízo, o Vento e o Orvalho 15
Porque é eterno o Pouco-Juízo 16
Amigos, amigos, negócios à parte! 19
Um padrinho na Beira 20
Os galegos, os barrões, os bimbos, os caramelos e os gaibéus 21
Os cientistas e o burro sabichão 23
A casa da Alorna. Quem lá vai… 24
O Peixe Azul 28
O Pinto das andarilhas de pau 31
A velha da cabaça 33
O burro, a foice e o galo 34
O Príncipe Ramos-Verdes 38
Os dois irmãos e a princesa 42
A princesa e o cabreiro 44
O João das Patetices 46
Só um salamim 48
O Maio Grande 50
O empréstimo 53
A flauta mágica 54
A velha e o sapateiro 56
O Zé Matias 58
O apostador 59
O Zé Mocho 60
A burra carrega-se até cair 61
O galo 62
O rato, a rã e o besouro 63
O mal da fruta 64
Já Viram Isto? 65
A gravata 66
Os velhos zangados ou o gato nabulalá 67
As luvas de pele de ouriço 68
A manta repartida 70
O lavrador e as figueiras-do-inferno 72
A casa grande demais 73
Uma trovoada santa 75
A rachinha 77
A praga 79
A Revolução em Almeirim 80
As almas do outro mundo 81
Era serviço que se havera de fazer… 83
As aparências iludem 85
O compadre rico e o compadre pobre 86
Os pobres ricalhaços 88
A guitarra 89
A pele da burra 91
O Borrifinho e o Borrifalho 93
O caçarreta 95
Os bichinhos bilros 97
Domingos Ovelha 99
O padre Sarrazola 100
Passarinho trigueiro 101
O patrão diz que vá, já, já 102
A alminha perdida 103
O bacalhau estragado 104
As vizinhas, os carapaus e o gato 105
O rei de boa boca 107
O rei, o padre e a galinha 109
O rei e o prisioneiro 110
Os figos do rei 111
A cigarra bandarra e a formiga rabiga 112
A Raposinha gaiteira 113
O porco e o burro 114
Dezoito por cima do moio! Ou a lebre e o sapo 115
O rato e a rã 118
O homem e o lobo 119
Vozes de burro 120
A raposa e o burro 121
A raposa rabicha e o cão 122
O melro e a raposa 123
A raposa e o lobo 125
O lobo e a raposa 128
O leão e a vaca 129
Um baile no céu, ou a raposa e a cegonha 130
O carneiro e o gato 132
O burro, o cão, o gato e o galo. 134
O galo e a raposa 136
A raposa e o mocho 137
O lobo e o cordeiro 138
A raposa, o sardinheiro e o lobo 139
Lista de informantes 140
Capa, onde pode ver-se a região contemplada nos contos.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Paço dos Negros nascida dos Descobrimentos
Um dos primeiros documentos sobre Paço dos Negros da Ribeira de Muge. Excerto de uma Carta, extraída do Corpo Cronológico, carta de Pedro Matela, Contador mor de Santarém e Abrantes, ao rei D. Manuel I, com data de 22 de Abril de 1511.
Nesta carta, pode ver-se que ainda antes de ser feita a escritura do paço, que viria a ser a 3 de Maio, por recomendação do rei, o paço já estava em construção.
Neste trecho, Matela pede ao rei que mande uma dúzia de escravos, escravos estes que ficaram e que deram o nome à terra, ao mesmo tempo que faz uma crítica a uma venda de escravos que estavam em Almeirim, e que haviam sido vendidos a 10 de Abril.
«Outrossim senhor os servidores para servirem na dita obra por ser alongada de conversação hão-se trabalhosamente e por mor aviamento da obra me parece que será vosso serviço mandar a ela uma dúzia de escravos e eu mandarei mui bem cuidar deles e estarão na dita ribeira e servirão e forrarão dinheiro a vossa alteza por que posto que os que estavam em Almeirim fizessem pouco proveito e foram mal vendidos estes farão mais proveito e serão melhor vendidos quando vossa alteza mandar por que eu proverei em tudo como cumpre a vosso serviço.»
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Um contributo para o desenvolvimento sustentado da Ribeira de Muge
Em boa hora começam a surgir estudos sérios e científicos sobre a Ribeira de Muge. É o caso do presente trabalho inserido na tese de Mestrado da Universidade de Coimbra, Curso de Gestão e Programação do Património Cultural, do nosso conterrâneo Samuel Tomé.
Trata-se de um trabalho muito completo sobre os moinhos desta ribeira, sua história desde o século xv, minucioso enquadramento nas diversas tipologias, e uma visão interessante de como este riquíssimo património pode ser factor de desenvolvimento económico.
Está o Autor e também a Ribeira de Muge de parabéns.
sábado, 24 de novembro de 2012
Paço dos Negros, a Tacubis das Tábuas de Ptolomeu-uma forte hipótese
Fazendo uma análise relacional das coordenadas de Ptolomeu, Tacubis com os valores de 6º, 20´; 40º, 45´. De Scalabis, 15´a sul e 20´para leste. De Ebora, 55´ a norte e 40´ para oeste, assenta Tacubis muito próximo do local da Paço dos Negros actual.
Évora com as coordenadas 39º,50´ de latitude norte, Santarém 41º,00´ (40º, 55´ em Saa), Tacubis 40º,45´: Dista Évora de Santarém, por estrada, cerca de 120 km. Paço dos Negros dista 100 km de Évora e 20 de Santarém. Ambas as distâncias confirmam uma relação correcta das coordenadas, pois atestam a conformidade de a cada grau de latitude corresponder cerca de 110 km. O que não acontece em relação à região de Abrantes.
Mário Saa que afirma a via XIV do Itinerarium assentando na ribeira de Muge, teria considerado correctamente Tacubis a sudeste de Scalabis. Parece-nos, todavia, que o principal erro de Saa reside em ter considerado, contra todas as evidências, e segundo os mais respeitados estudiosos do tema, Scalabis em Tomar. (ver mapa, pág. 31).
(do Livro Paço dos Negros da Ribeira de Muge-A Tacubis Romana)
domingo, 18 de novembro de 2012
O pão
A propósito de uma questão de trânsito em Almeirim, aliás (não) resolvida do modo mais sábio e saboroso.
Segundo o sociólogo alemão, Norbert Elias, o pão revela toda a cultura de um povo. Diz ele que, entrando numa padaria, fica-se a conhecer o seu presente, mas também todo o seu passado.
Desde sempre o pão na nossa cultura se reveste de uma dignidade própria. Quem não se lembra de ver os nossos pais e avós (ou não o pratica) que, ao cair ao chão um pedaço de pão o apanhavam e, beijando-o, o aproveitavam. De terem o cuidado de nunca deixarem o pão virado de costas.
A própria etimologia da palavra pão nos revela a dignidade e riqueza associadas às palavras estruturantes da sociedade, como pai, pátria, patrão, padeiro, padrinho, papa, etc.
O sociólogo Fernand Braudel, por sua vez, distingue o processo evolutivo da humanidade, em três grandes civilizações, cada uma delas associada basicamente a uma espécie de cereal, durante milénios, que considera plantas de civilização: A asiática ligada ao arroz, a ameríndia ligada à cultura do milho e a europeia que nasceu no Crescente Fértil, herdeira da cultura do trigo, a que associa o que considera o superior desenvolvimento da sociedade ocidental pelas propriedades alimentares deste cereal.
Hoje a sociedade é essencialmente prática e funcional, o simbólico não é percebido ou não tem lugar, pelo que podem parecer, estas divagações, não aplicáveis nos dias que correm.
Mas não é assim. O simbolismo do pão continua presente na nossa cultura.
Vêm estas considerações a propósito do tratamento diferenciado que a nossa sociedade continua a dar a locais onde o pão (e seus derivados) é rei e senhor.
Experimente o meu caro visitante deste blogue passar em Almeirim, pela rua Condessa da Junqueira e veja em frente à padaria ali existente os carros estacionados em cima dos passeios, o trânsito não raro parado, enquanto os seus proprietários se abastecem de um aromático pão quentinho, ou se deliciam com um saboroso bolo e um cafezinho, com toda a compreensão da sociedade.
Pão acabado de cozer. Foto desse ritual, há 4 anos, em casa da senhora do meio, que faria agora 100 anos.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Cidadania e cultura em Almeirim
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
O Paço da ignomínia em Almeirim
http://www.cm-almeirim.pt/conhecer-almeirim/historia/item/188-pa%C3%A7o-dos-negros-da-ribeira-de-muge
Apenas o pórtico ainda marca um símbolo da História de Almeirim que continua a desafiar o tempo e a pedir que a sua imagem não se perca no esquecimento.
http://estilosdevida.rtp.pt/rtp/ruinas-do-paco-real-dos-negros-locais-a-visitar-almeirim-paco-dos-negros-fazendas-de-almeirim-640-1.html
Do antigo Paço do século XVI, resta o pórtico que dava acesso ao pátio, coroado pelo escudo real.
2080-640 FAZENDAS DE ALMEIRIM
Paço dos Negros 2080-640 FAZENDAS DE ALMEIRIM http://www.lifecooler.com/portugal/patrimonio/RuinasdoPacoRealdosNegros
Do antigo Paço do século XVI, resta o pórtico que dava acesso ao pátio, coroado pelo escudo real.
A placa local anunciadora, há muito que devia ter sido substituída, por outra que repusesse a verdade:
PAÇO REAL DA RIBEIRA DE MUGE
1511
Interior do desvirtuado Pátio, ocupado por construções. (uma casa de banho já foi demolida).
Maqueta representativa do Paço no século XVI.
Que me conste, não haverá no país outra aberração que se compare.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
O Aforamento de Paço dos Negros e o que dele está a ser feito
Trecho de Escritura de Aforamento de Paço dos Negros, acontecido nos anos de 1903 e 1904.
Aforamento que deu uma particularidade e possibilidade rara a Paço dos Negros, que os actuais residentes, e poderes políticos ainda não compreenderam o alcance futuro: com a demarcação de ruas paralelas, grosso modo da ribeira à serra e todos de 300 em 300 metros, a possibilidade de estas se transformarem em amplas avenidas, bem como a construção de algumas centenas de ruas, igualmente bem delineadas, com a demarcação progressiva de quarteirões, devido à construção, derivado do aumento populacional. Hoje está-se a desperdiçar este património. Um dia vai ser tarde.
João de Oliveira Caniço, um dos pioneiros desse aforamento, nascido em 1864 e falecido em 1963.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
As caralhotas de Paço dos Negros
Segundo confirmação junto das mulheres mais velhas, as caralhotas nasceram de as crianças pedirem às mães um bolo, e estas raparem, aproveitando os restos de massa do fundo e bordos do alguidar. Massa que enrolavam, esfregando com as mãos. Porque estes restos de massa eram mais rijos, faziam uma espécie de rolo sobrecomprido, com que as crianças se deliciavam. Este formato sobrecomprido, que modernamente se designa de baguete, nestas pessoas simples e rudes, é que lhe deu o nome de “caralhota”.
Pelo dito, pensa o autor que a caralhota nunca poderá ser um pão redondo, tipo merendeira.
Com o tempo, e maior desafogo económico, passou a usar-se a massa normal do alguidar.
Quem escreve estas linhas, ele próprio nos anos 50, pedia a sua tia Joaquina que lhe fizesse uma caralhota, por vezes até ajudava a rapar a massa do alguidar, pois a mãe apenas cozia pão de milho.
Fornada de pão, acabado de deitar, com algumas caralhotas.
Cesto com caralhotas.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
ALMEIRIM PORQUE NÃO HÁ UM PROJECTO REABILITAÇÃO DA RIBEIRA DE MUGE?
Com a devida vénia, retirado do blog “Nós somos capazes”
Escusado será repetir que foi o próprio poder político vigente em Almeirim, inclusive os autarcas das freguesias que têm a responsabilidade da preservação dos recursos dos seus territórios, que votando como votaram originaram esta situação.
ALMEIRIM PORQUE NÃO HÁ UM PROJECTO REABILITAÇÃO DA RIBEIRA DE MUGE?
A Ribeira de Muge, atravessa todo o Concelho de Almeirim, mas nasce no concelho de Abrantes, atravessa a Chamusca, Almeirim e vai desaguar no Tejo no concelho de Salvaterra de Magos (junto a Muge), outrora constituiu uma via fluvial de enorme importância para toda esta vasta área (pesca, água potável, e rega de várias culturas), hoje o seu “abandono é notório, a mesma encontra-se num estado de degradação ambiental e necessitar de uma intervenção urgente de reabilitação ambiental, nomeadamente a erradicação de vegetação invasora com aplicação de herbicidas, limpeza do leito com remoção de árvores caídas, desflorestação, poda selectiva, remoção de resíduos, desobstrução e desassoreamento, bem como a consolidação das margens em toda a sua extensão.
Não deixa de ser muito “estranho”, ou talvez não tanto, como é possível que as Câmaras, em especial a de Almeirim, não desenvolva os maiores esforços, tendo em vista a realização de obras de reabilitação deste importante recurso fluvial, através de um projecto de empreitada que deveria incidir, essencialmente, na limpeza e desobstrução das linhas de água, transversal a todos os concelhos, consideradas como sendo "zonas de risco" num cenário de inundação em período de chuvas, com vista a acautelar e prevenir eventuais inundações, a aplicação de herbicidas e erradicação de vegetação invasora, desobstrução e desassoreamento de árvores caídas da florestação e resíduos. Uma única razão a “desertificação de ideias, numa revelação de incompetência, falta de capacidade, falta de ideias e de projectos para o desenvolvimento em especial do Município de Almeirim e falta de sentido da sua missão de serviço público por parte da “gestão politica” da maioria que “desgoverna” esta Câmara Municipal?
Não se entende porque não foi até hoje realizado um projecto intermunicipal, com apoio da Administração da Região Hidrográfica, das Câmaras Municipais abrangidas e da Agência Portuguesa do Ambiente, entidades a quem deverá ser apresentado este projecto de recuperação ambiental de modo a colher também os respectivos apoios comunitários e não ser suportado pelos respectivos municípios?
sábado, 13 de outubro de 2012
Romanceiro da Ribeira de Muge
Na presente versão do medievo romance “Conde da Alemanha”, recolhida na Ribeira de Muge, de que temos conhecimento como recolhido noutras regiões com esta designação e, entre outros, o nome de “Conde Alarcos”, “Conde Alberto”, “Silvana, etc., o romance trata de princesa que vendo-se a ficar para sempre solteira, pede ao rei seu pai que mande matar a mulher do conde, para desposar este.
De referenciar nesta lição, o facto da assonância em í-a se manter do princípio ao fim, com excepção dos versos 23 e 24, cujo dístico monorrimo tem assonância em a-o.
Discutem os romanistas a origem deste romance: castelhana ou portuguesa?
Esta versão da ribeira de Muge tem uma feliz particularidade, a de situar geograficamente o romance?: Tocam-se os sinos na Alhandra; referir-se-à a informante da nossa lição da Ribeira de Muge, à Alhambra, em Granada?
Clique para ouvir: Conde da Alemanha.
https://dl.dropbox.com/u/4453889/4%20Conde%20da%20Alemanha.mp3
Começa com um excerto dos Açores, outro da Beira Alta, de José Alberto Sardinha e termina com a versão da Ribeira de Muge.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
O Romanceiro Medieval da Ribeira de Muge
Hoje dispus-me a voltar a ouvir o melhor da nossa música étnica:
Michel de Giacometti, Trás-os-Montes.
INTEMPORAL.
Ora, neste romanceiro, o tema D. Fernando é o mesmo romance medieval que recolhemos na Ribeira de Muge e que tem o nome de O Soldadinho.
Comparemos ambos os temas.
Clique para ouvir:
https://dl.dropbox.com/u/4453889/O%20Soldadinho%202.mp3
Começa com um excerto da versão de trasmontana, continua com a lição recolhida na Ribeira de Muge, e termina com um excerto da mesma, numa recreação da Academia Itinerarium XIV.
domingo, 7 de outubro de 2012
A sedução na cultura popular
Hoje vou apresentar neste espaço a prova de que em matéria de cultura se pode subir ao povo, e com o povo, como nos diz Pedro Homem de Melo.
Em vez de nos retermos em folclorices que denigrem a nossa cultura popular, que nos são apresentadas nos espectáculos vazios do “agora seguidamente…”, sem dignidade, nestas aldeias entregues a autênticos carroceiros da cultura, quase sempre falsificadas, de modo a servirem o poder político, que deles se serve passando o cheque senvergonhista, em cima do palanque.
Nesta metáfora do povo simples, recolhida em Paço dos Negros, está presente toda a riqueza e simbolismo da sedução HOMEM/MULHER: O tremoço rechonchudo, o rapaz homem feito que já bebe da murraça, garboso, responsável; a pevide na simbologia feminina, a conquista da mulher, frágil, a pevide brejeirinha, o tremoço pequenino antes de cozido, e que é escorregadio.
Clique para ouvir:
O tremoço rechonchudo
https://dl.dropbox.com/u/4453889/tremo%C3%A7o%20rechonchudo.mp3
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Os moinhos da Ribeira de Muge
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Do Romanceiro Nacional
Nesta recolha da Academia Itinerarium XIV- Ribeira de Muge, podemos ver a alegria que o homem ribatejano põe nas suas recriações.
A Pastorinha, numa bonita e plangente versão das nossas Beiras Trasmontanas, de José Alberto Sardinha, comparando com a vivacidade das gentes do Vale da Ribeira de Muge, onde foi recolhida junto de Jesuína Vitória, num trabalho da Academia.
clique para ouvir:
Versão beirã, e da ribeira de Muge. Solistas Gustavo Pacheco Pimentel e Maria de Jesus.
domingo, 30 de setembro de 2012
FEZ-SE JUSTIÇA
Seguindo o conselho de um sábio AMIGO DO CORAÇÃO, quero dar por encerrado este capítulo para onde me empurraram por, como historiador da Ribeira de Muge, ter de cumprir o meu dever. Peço desculpa a todos os meus amigos, mas aos interessados neste caso gostava de fazer um pequeno resumo daquilo que foi uma persecução que vem desde 31 de Janeiro de 2006. Por defender a História e a cultura da minha terra, FUI CALUNIADO, por 4 vezes respondi em tribunal; apenas a última chegou à fase de julgamento: Onde senti um orgulho do tamanho da minha terra por estar ali carregando toda a sua história e cultura. Em nenhuma delas procurei advogado, o tribunal é que nomeava, em nenhuma delas paguei um cêntimo. Fez-se justiça. Nunca me queixei, nem à família que saiu mais unida, nem divulguei a ninguém o meu sofrimento. Antes foi motivo de me aplicar com mais afinco, ao estudo da cultura da minha terra, às pesquisas, mormente na Torre do Tombo, onde passei cinco anos, com visitas quase semanais. Hoje agradeço a todos o bem que este mal me fez. Estive cinco anos sem publicar. Sem ver coragem para me deslocar para pesquisar em localidades onde os presidentes de Junta votaram contra a preservação da Ribeira de Muge, na sua própria Freguesia, e me processaram. Vou agora recuperar o tempo perdido.
Quanto ao jornal que trouxe o caso a público na véspera do julgamento, que não houve, nem sequer me irei dar ao trabalho de o ler.
A todos já perdoei. Gente pequena, para quem os interesses da comunidade estão sempre abaixo dos interesses pessoais, que não merece a perda de um minuto.
ASSUNTO ENCERRADO. Perdoem-me.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Albertina ou Beatriz
As modas e a sua aculturação numa determinada população, ou de como: cada terra com seu uso.
Conhecíamos esta mesma canção com o nome de Beatriz, neta do conde, em Benfica do Ribatejo.
(ao minuto 2:10)
Viemos a recolhê-la no Casal dos Gagos, junto de Manuela dos Gagos, com o nome de Albertina, filha do rei.
Pensamos ser bem antiga, quiçá do século 18-19, e que nas suas diferenças ambas são válidas e representativas da cultura de cada núcleo populacional.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Histórias Ferroviárias
sábado, 22 de setembro de 2012
Cocota fina
Como não há duas sem três, ainda da grafonola da dona Fany, nos anos 30-40, por Manuela dos Gagos:
Cocota fina