Segundo confirmação junto das mulheres mais velhas, as caralhotas nasceram de as crianças pedirem às mães um bolo, e estas raparem, aproveitando os restos de massa do fundo e bordos do alguidar. Massa que enrolavam, esfregando com as mãos. Porque estes restos de massa eram mais rijos, faziam uma espécie de rolo sobrecomprido, com que as crianças se deliciavam. Este formato sobrecomprido, que modernamente se designa de baguete, nestas pessoas simples e rudes, é que lhe deu o nome de “caralhota”.
Pelo dito, pensa o autor que a caralhota nunca poderá ser um pão redondo, tipo merendeira.
Com o tempo, e maior desafogo económico, passou a usar-se a massa normal do alguidar.
Quem escreve estas linhas, ele próprio nos anos 50, pedia a sua tia Joaquina que lhe fizesse uma caralhota, por vezes até ajudava a rapar a massa do alguidar, pois a mãe apenas cozia pão de milho.
Fornada de pão, acabado de deitar, com algumas caralhotas.
Cesto com caralhotas.