Muito se tem discutido sobre a presença de marcos miliários junto a Alpiarça. Outros dizem entre Almeirim e Alpiarça. Os mais ousados decerto bem informados, decerto bebem do fino, talvez escondendo algo ao mundo científico, avançam com a frase: “recentemente identificados”). já que foram descobertos recentemente, eu gostaria de ver os ditos. Será isto senso comum como ciência, ou puro embuste ao mais alto nível?
Conferir o doc. abaixo:
…os marcos miliários recentemente identificados, pertencentes à via romana que ligava Lisboa a Mérida…
Conferir o doc. abaixo:
…os marcos miliários recentemente identificados, pertencentes à via romana que ligava Lisboa a Mérida…
[GEOGRAFIA E LOCALIZAÇÃO
Desde 2002 que está integrada na região estatística (NUTS II) do Alentejo e na sub-região estatística (NUTS III) da Lezíria do Tejo; continua, no entanto, a fazer parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que manteve a designação da antiga NUTS II com o mesmo nome.
É sede de um município com 221,80 km² de área e 22 766 habitantes (2006), subdividido em 4 freguesias.
O município é limitado a norte pelo município de Alpiarça, a leste e nordeste pela Chamusca, a sul por Coruche e Salvaterra de Magos, a oeste pelo Cartaxo e a noroeste por Santarém.]
Eis o que nos diz André de Resende no seu Livro “Antiguidades da Lusitânia”, O LIVRO ONDE TODOS DIZEM BEBER. Tradução de Raul M. Rosado Fernandes:
…Por outro lado, o caminho a partir de Santarém, sobranceiro ao ópido de Almeirim, era conduzido pelas nascentes do rio Alpiarça. [no original, per Alpiarsae fluvii initia ducebatur]. Em qualquer lado se vêm grosseiros fragmentos de colunas, das quais nada havia a transcrever.
Depois, apesar de ter encontrado no caminho quatro colunas caídas, apenas pude ler numa delas o seguinte:
«O imperador César Gaio Júlio vero, nobre general vencedor cinco vezes, com o poder tribunício, cônsul, procônsul, Pai da Pátria…».
Mil passos depois estão tombadas três colunas:
«O imperador César, divino Trajano Augusto, Germânico, Pontífice Máximo, duas vezes com o poder tribunício, restaurou onze».
A segunda estava partida e apenas tinha no fim estas letras:
«Restaurador da cidade de Roma».
[Na terceira]:
«Ao Imperador César Cláudio Tácito, Pio, Feliz, Invicto, Augusto, Máximo, no segundo poder tribunício, cônsul, procônsul…»
Mil passos depois e estavam três colunas, duas caídas, com letras desgastadas pelo tempo, e uma de pé que tem o seguinte:
«Ao Imperador César Marco Cláudio Tácito, Pio, Invencível, Augusto, Pontífice Máximo, no segundo poder tribunício, cônsul, Pai da Pátria…»
Mil passos a seguir estão duas colunas tombadas e no fim de uma delas apenas podem ser lidas as palavras:
«Cônsul pela quarta vez, procônsul, refez».
Mil passos adiante, junto à encruzilhada a que chamam Mestas, estão quatro colunas caídas. Três têm inscrições inutilizadas, mas numa lê-se:
«O Imperador César Gaio Marco Júlio Vero Maximiano, Pio, Feliz, Invencível, Augusto, Pontífice Máximo, Pai da Pátria, no segundo poder tribunício, cônsul, Pai da Pátria, ters vezes com o poder tribunício, cônsul Germânico Máximo, Dácico Máximo, e Gaio Júlio Vero Máximo, nobilíssimo César, Príncipe da Juventude, Germânico Máximo, Dácico Máximo, Sarmático Máximo, quarto filho do imperador César Gaio Marco Júlio Vero Maximino, Pio, Feliz, Augusto, Germânico Máximo, Dácico Máximo, Sarmático Máximo, Valentíssimo».
Do original, livro terceiro, eis a transcrição da última coluna:
Vemos que Resende localiza os miliários encontrados, NUM TROÇO DE 5 MILHAS, à distância de uma milha uns dos outros, nas nascentes "do Alpiarça", e o último em Mestas, [concelho de Abrantes].
Perguntamos: Valerá a pena ter medo de discutir estes temas, continuando iludir a ciência e a laborar em possíveis erros, e omitindo a verdade? Em troca de quê?
* negritos do autor.