Apesar de só na véspera ter sido cedida a chave da capela à Academia, nunca soube a Academia o porquê do impedimento, gostaríamos de ter montado uma exposição de modo a dignificar aquelas paredes
nuas, ainda assim conseguiu honrar o espaço simbólico, o espaço mais nobre de
Paço dos Negros, o local sagrado onde Paço dos Negros nasceu: A Capela de S.
João Baptista.
E a Academia honrou esse espaço nobre e sagrado, com a publicação
(a primeira), da sua própria história, com a representação de três autos do Rei Preto, a figura
lendária de Paço dos Negros. A homenagem a Fernão Frade «o negro que andava na
capela dos Paços da Ribeira de Muge», bem como a homenagem a Antão Fernandes nos 500 anos da sua nomeação como almoxarife deste paço.
Parabéns pois, a todos os que contribuíram para este sucesso
com o seu trabalho ou com a sua presença.
Vai a Academia, é o que sabe fazer, continuar a trabalhar para a dignificação
daquele espaço, continuando a pesquisar a sua história nos documentos escritos,
lutando para que também ao nível do seu subsolo interior se estude o seu passado,
com escavações arqueológicas que urgem; prevenindo contra o abandono; para que se usem materiais
nobres nas suas reconstruções, e não como até aqui tem sido feito: portas de
alumínio, telhado de telha marselha, madeiramento de celeiro de há 50 anos;
fazendo
uso da capela para eventos que dignifiquem aquele espaço sagrado de Paço dos
Negros; sendo palco de eventos vários, porque não, voltar a capela, construída
em 1511, que foi dedicada ao primeiro patrono de Paço dos Negros, S. João
Baptista, novamente consagrada? Aqui ficam algumas ideias pelas quais vale a
pena a Academia lutar.
Fotos do programa.