terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Cancioneiro da Ribeira de Muge
A todos os que me ajudaram a vencer esta nona etapa, mantendo-me um pesquisador e “escritor” independente e livre, o meu obrigado. Conto convosco para a próxima etapa que já aí vem.
Prefácio. 5
Cancioneiro religioso. 7
Natal dos Gagos. 7
Nome de Maria. 7
Entrai pastores entrai 8
Senhora do Carmo. 8
Senhora da Nazaré. 9
Magnifa de Nossa Senhora. 9
Santa Bárbara e S. Jerolmo. 10
Lá se vai o sol escondendo. 10
O lavrador d’ Aurora. 10
Quinta-feira de Endoenças. 11
Numa triste noite escura. 12
Pedindo p’ras almas. 13
Bendito e louvado seja. 13
Bendito e louvado. 13
Três Marias. 14
Da Sagrada Família. 14
Não cortes a oliveira. 14
A mais bela. 14
As doze excelências I 15
As doze excelências II 15
Oração de pedir esmola. 16
Cancioneiro Profano. 17
Mulatinha. 17
Mulatinha chiapá. 17
Canção das escravas. 18
A partida da Rainha. 19
A morte de D. Pedro V. 19
Albertina era a filha do rei 20
Ó Albertina, Albertina. 20
Ó Virgem da mãe candura. 20
Vira da Tira. 21
Vai de roda. 21
No dia em que m’eu casar 21
Ó Catarina, o que tem, tem, tem.. 22
Menina vai à fonte. 22
Ó Elvas, ó Elvas I 22
Ó Elvas, ó Elvas II 23
À entrada de Elvas [III] 23
A chita da ‘nha blusa. 24
Tenho uma saia nova. 24
Latruca, meu bem latruca. 25
O corridinho. 25
Dia da espiga. 26
Cantiga do gás. 26
Esta noite na avenida. 27
As cerejinhas. 27
Alícia dá cá um beijo. 27
A minha aldeia. 28
O baile da maldição. 28
Foi à beira do lagar 28
Verdegaio. 29
Amor se me escreveres. 29
Fandango da Ribeira. 29
Os carreirinhos da serra. 29
Meu bem bi à bá. 30
Se eu me chegar a casar 30
Tu é que és o meu rapaz. 31
Ó mirosca. 31
Sacode o saco Leonor 32
As mulheres do norte. 32
O gafanhoto. 32
O ladrão. 33
O nó da gravatinha I 33
O nó da gravatinha II 33
Ó pavão, ó real pavão. 34
A moda do rique truque. 34
Ó Delaide, ó Delaidinha I 34
Ó Delaide, ó Delaidinha II 35
A gaita do Zé. 35
Eu tenho um cãozinho. 35
Saias da Lamarosa. 35
Saias velhas da Parreira. 36
A moda do zuque-truque. 37
Bailarico da ribeira. 37
A marcha de Paços dos Negros. 37
Passarinho castanho. 38
Passo largo. 38
Ó verdegaio, verdegaio. 38
Funho lavar à ribeira. 39
Se eu fosse um rato. 39
As mulas. 39
O pipó. 39
Valverde limão. 40
O José larilolé. 40
Compadre José Parola. 40
Pedi-te um beijo ó menina. 41
Sou tua. 41
Ai que chita tão bonita. 42
Ainda ontem comi tremoços. 43
O tremoço rechonchudo. 43
Os piais da minha sogra. 44
Olha as sogras. 44
Ó Maria tu tens tu tens. 45
Amor boieiro. 45
Vira viradinho. 46
Minha querida Gabriela. 46
Já o circo vem aí 46
Ó cara linda, cara de jóia. 47
Baguinho, baguinho, baguinho. 47
Menina que sabe ler 48
A Quinta da Laranjinha. 48
Venho d’arraia da Espanha I 49
Venho d’arraia da Espanha II 49
O Aiveca. 49
A criada e o patrão. 50
Caramba Marianita. 52
Se o mar tivesse varandas. 53
A lua é branca. 53
Ó Manuel das Cancelas. 54
A moda da perna alçada. 54
Linda bassoirinha. 54
O vira de quatro. 54
As cachopas de Marianos. 55
Ai Zumba, ai zumba olaré I 55
Ai zumba, ai zumba, olaré II 56
Eu vou para a marinha. 56
Sant’Antóino entre as vinhas. 56
Passa vai passando. 57
Loureiro, verde loureiro. 57
Pica, pic’ó pau. 57
Cá na minha terra. 58
Tu dantes eras linda agora és feia. 58
Menina no laranjal 58
Menina que vai passando. 59
Ó jardineiro porque estás tão triste. 59
Erva-cidreira. 59
Três coisas pedi a Deus. 60
Ó bonequinha. 60
Ó bela vem à janela. 60
O Fanfarrão. 61
O papagaio tem penas. 61
Apanha da azeitona. 62
Vou calçar minhas tairocas. 62
Cigano lindo cigano. 62
O dedo sem unha. 63
A cigana e o campino. 63
Sou cigana não o nego. 63
Venho da ribeira nova. 64
Ó pó, ora limpó pó. 64
Toca o bombo. 64
Cantigas e vivas nos casamentos. 64
Cantigas do Baile. 65
Os Casares da Ribeira de Muge - Rituais de namoro. 67
Menina do laranjal 67
Escuta ó menina. 68
Olha o papagaio. 68
Entrei pela Espanha adentro. 68
Saringa-tinga-tinga. 69
Naquela janela. 69
A chita da ‘nha blusa. 69
Casará olé casará I 70
Casará olé casará II 70
Ora que te dou. 70
Rosa bela. 71
Eu vi, eu vi 72
Ela anda a namorar 72
O derriço. 72
Vira-cabra. 73
Os catres talim-talim.. 73
Toma lá carário. 73
Ó cu ricocu. 74
Quinta da laranjinha. 74
Cantigas das “Brincadeiras” – Ritual de integração. 75
A Condessa. 75
Rosa Verdeira. 75
Brinca-Tudo. 76
Ah ah minha machadinha. 76
Vou calçar minhas tairocas. 76
Dom Solidom.. 76
O relógio das cabaças. 77
Senhora dona Anica. 77
Caranguejo não é peixe. 77
Que linda rosa. 78
A Biloa. 78
A triste viuvinha. 78
Carrasquinha sacode a saia. 79
O burro da nora. 79
O paspalhão. 79
O ladrão do meio. 79
Arroz com leite. 80
O Babão. 80
Eu fui à Serra da Estrela. 80
Infanto-juvenis. 81
Ó Branquinha. 81
Cadeaço. 81
No alto daquela serra. 82
A pomba caiu no mar 82
Um abracinho. 82
O pedreiro cheira a cal 82
O ladrão do negro melro. 82
Nos ranchos. 83
Os rituais de trabalho. 84
Ó compadre abegão. 84
Ó mana vamos à monda. 85
Cantigas do Manuel e da Maria. 85
Cantigas da Mãe. 86
Cantigas do Amor 88
Cantigas dos olhos. 92
Cantigas do coração. 93
Cantigas da sogra. 96
Cantigas da oliveira. 97
Cantigas da rosa. 97
Cantigas do cravo. 99
Cantigas da Ribeira. 100
Olari-olari-olaré. 101
Cantigas dos Paços. 101
Cantigas do caminho. 102
Cantigas da mocidade. 103
Cantigas dos militares e do comboio. 115
Cantigas de adiafa. 116
Despiques entre mulheres. 117
O que fazes criancinha. 118
António Domingos. 119
Uma cagada. 119
Salgadas e queimosas. 122
Desafios entre homem e mulher 124
Cantigas da despega. 128
Numa descamisada em Vicentinhos. 128
Numa descamisada na eira Gagos. 129
Numa descamisada na Caneirinha. 130
Numa descamisada em Marianos. 131
Ouve lá ó Joaquim.. 131
Cancioneiro da taberna. 133
Já ‘tás c’os copos. 133
Tenho uma concertina. 133
O Zé Careca. 134
Ó cabalero. 134
Ai minha riquinha moca. 134
Da Grande-guerra. 134
Era o vinho. 135
Lá em cima. 135
A vida é um vale de enganos. 135
Catrapuz. 135
A cobra. 135
Ó Maria tu tens tu tens. 136
Ó meu mestre sapateiro. 136
Ó fim ó fá. 136
Lari-lo-lela. 136
Minha rica ti Maria. 137
Chucha na tola. 137
Ó Lucinda vem comigo. 137
Ó bela vem à janela. 137
Ó menina guarde o seu melro. 137
Fandango da taberna. 138
Maria lavradora. 138
Parti a tola à Maria. 138
Tiro-liro-tiro-lero. 138
Cantiga do Saias ou do Cambeiro. 139
Cá na nossa freguesia. 139
Abóbora, menina, abóbora. 139
Ó preto, ó preto. 139
Ó Maria Amélia. 139
Na taberna dos Gagos. 140
Desedelas na taberna. 140
Na taberna do Silvino. 142
Foi no do Zé da Machada. 142
A ronda das tabernas. 142
Na taberna do Florenço. 143
Mundos e fundos. 143
Fado das penas. 144
Áuga pisada a péis. 144
Agradecimentos. 145
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Cancioneiro da Ribeira de Muge
Na senda de fazer o registo de “todo?” (o mais possível) o património cultural da ribeira de Muge, desta vez numa homenagem às mulheres da minha terra, do património oral, pensamos publicar antes do Natal o Cancioneiro da Ribeira de Muge.
Estando todos os cancioneiros muito interligados, pensamos ainda assim revelar neste cancioneiro algo da criatividade local: Algumas (4) canções de remotos “escravos” negros, os “casares” da ribeira de Muge, o cancioneiro das tabernas, as “salgadas e queimosas”, tal como as mulheres referem os despiques entre elas, e mesmo as largas dezenas de canções e modas que vindas de outras regiões, as mulheres (e homens) sempre acrescentavam algo de seu, da sua cultura rude e simples:
Aos interessados em adquirir este naco da nossa cultura, devem contactar o “autor”. CPM_EVANGELISTA@HOTMAIL.COM . Serão impressos tantos livros quantas as encomendas. Não vai estar à venda ao público. Custo 5 euros.
Prefácio5
Cancioneiro religioso 7
Natal dos Gagos 7
Nome de Maria 7
Entrai pastores entrai 8
Senhora do Carmo-8
Senhora da Nazaré-9
Magnifa de Nossa Senhora-9
Santa Bárbara e S. Jerolmo-10
Lá se vai o sol escondendo-10
O lavrador d’ Aurora-10
Quinta-feira de Endoenças-11
Numa triste noite escura-12
Pedindo p’ras almas-13
Bendito e louvado seja-13
Bendito e louvado-13
As doze excelências-14
As doze excelências-14
Oração de pedir esmola-15
Cancioneiro Profano-17
Mulatinha-17
Mulatinha chiapá-17
Canção das escravas-18
A partida da Rainha-19
A morte de D. Pedro V-19
Albertina era a filha do rei-20
Ó Albertina, Albertina-20
Ó Virgem da mãe candura-20
Vira da Tira-21
Vai de roda-21
Ó Catarina, o que tem, tem, tem-21
Menina vai à fonte-22
O sítio dos caracóis-22
Ó Elvas, ó Elvas I-22
Ó Elvas, ó Elvas II-23
À entrada de Elvas [III]-23
A chita da ‘nha blusa-24
Tenho uma saia nova-25
Latruca, meu bem latruca-25
O corridinho-26
Cantiga do gás-26
Esta noite na avenida-27
As cerejinhas-27
Alícia dá cá um beijo-27
A minha aldeia-27
O baile da maldição-28
Verdegaio-28
Amor se me escreveres-28
Fandango-29
Os carreirinhos da serra-29
Meu bem bi à bá-29
Se eu me chegar a casar-30
Tu é que és o meu rapaz-30
Ó mirosca-31
Sacode o saco Leonor-31
As mulheres do norte-32
O gafanhoto-32
O ladrão-32
O nó da gravatinha I-32
O nó da gravatinha II-33
Ó Branquinha-33
Ó pavão, ó real pavão-34
A moda do rique truque-34
Ó Delaide, ó Delaidinha I-34
Ó Delaide, ó Delaidinha II-35
A gaita do Zé-35
Saias da Lamarosa-35
Saias velhas da Parreira-36
A moda do zuque-truque-36
Bailarico da ribeira-37
A marcha de Paços dos Negros-37
Passarinho castanho-38
Passo largo-38
Ó verdegaio, verdegaio-38
Funho lavar à ribeira-38
Se eu fosse um rato-39
As mulas-39
O pipó-39
Valverde limão-40
O José larilolé-40
Compadre José Parola-40
Pedi-te um beijo ó menina-40
Sou tua-41
Ai que chita tão bonita-42
Ainda ontem comi tremoços-43
O tremoço rechonchudo-43
Os piais da minha sogra-44
Olha as sogras-44
Ó Maria tu tens tu tens-45
Amor boieiro-45
Vira viradinho-46
Minha querida Gabriela-46
Já o circo vem aí-46
Ó cara linda, cara de jóia-46
Baguinho, baguinho, baguinho-47
Menina que sabe ler-47
A Quinta da Laranjinha-48
Venho d’arraia da Espanha-49
O Aiveca-49
A criada e o patrão-50
Caramba Marianita-52
Se o mar tivesse varandas-53
A lua é branca-53
Ó Manuel das Cancelas-54
A moda da perna alçada-54
Linda bassoirinha-54
O vira de quatro-54
As cachopas de Marianos-55
Ai Zumba, ai zumba olaré I-55
Ai zumba, ai zumba, olaré II-56
Eu vou para a marinha-56
Sant’Antóino entre as vinhas-56
Passa vai passando-57
Loureiro, verde loureiro-57
Pica, pic’ó pau-57
Cá na minha terra-58
Tu dantes eras linda agora és feia-58
Menina no laranjal-58
Menina que vai passando-59
Ó jardineiro porque está tão triste-59
Três coisas pedi a Deus-60
Ó bonequinha-60
Ó bela vem à janela-60
Erva-cidreira-61
No alto daquela serra-61
O pedreiro cheira a cal-61
Cigano lindo cigano-62
O dedo sem unha-62
A cigana e o campino-62
Sou cigana não o nego-62
Cantigas e vivas nos casamentos-63
Cantigas do Baile-64
O ladrão do negro melro-66
Os Casares da Ribeira de Muge-67
Menina do laranjal-67
Escuta ó menina-68
Olha o papagaio-68
Entrei pela Espanha adentro-68
Saringa-tinga-tinga-69
Naquela janela-69
A chita da ‘nha blusa-69
Casará olé casará I-70
Casará olé casará II-70
Ora que te dou-71
Rosa bela-72
Eu vi, eu vi-72
Ela anda a namorar-73
O derriço-73
Vira-cabra-73
Os catres talim-talim-74
Toma lá carário-74
Ó cu ricocu-74
Quinta da laranjinha-75
Toca o bombo-75
Cantigas das “Brincadeiras”-77
A Condessa-77
Rosa Verdeira-77
Brinca-Tudo-78
Ah ah minha machadinha-78
Vou calçar minhas tairocas-78
Erva cidreira-78
Dom Solidom-79
O relógio das cabaças-79
Senhora dona Anica-79
Caranguejo não é peixe-80
Que linda rosa-80
Pedi-te um beijo ó menina-80
A Biloa-80
A triste viuvinha-81
Carrasquinha sacode a saia-81
O ladrão do meio-81
Arroz com leite-82
Venho da ribeira nova-82
O Babão-82
Nos ranchos-83
Quem é que leva a gaita!-83
Ó mana vamos à monda-83
Cantigas do Manuel e da Maria-84
Cantigas da Mãe-84
Cantigas do Amor-87
Cantigas dos olhos-91
Cantigas do coração-92
Cantigas da sogra-95
Cantigas da Ribeira-96
Olari-olari-olaré-97
Cantigas da oliveira-97
Cantigas da rosa-98
Cantigas do cravo-99
Cantigas dos Paços-100
Cantigas dos astros e da natureza-101
Cantigas da mocidade-102
Cantigas dos militares e do comboio-114
Cantigas de adiafa-115
Despiques entre mulheres-116
O que fazes criancinha-118
António Domingos-118
Uma cagada-119
O compadre abegão-119
Salgadas e queimosas-122
Desafios entre homem e mulher-124
Cantigas da despega-129
Numa descamisada em Vicentinhos-129
Numa descamisada na eira Gagos-130
Numa descamisada na Caneirinha-131
Ouve lá ó Joaquim-132
Cancioneiro da taberna-133
Já ‘tás c’os copos-133
Tenho uma concertina-133
O Zé Careca-134
Ó cabalero-134
Ai minha riquinha moca-134
Da Grande-Guerra-135
Era o vinho-135
Lá em cima-135
A vida é um vale de enganos-135
Catrapuz-135
A cobra-135
Ó Maria tu tens tu tens-136
Ó meu mestre sapateiro-136
Ó fim ó fá-136
Lari-lo-lela-137
Minha rica ti Maria-137
Chucha na tola-137
Ó Lucinda vem comigo-137
Ó bela vem à janela-137
Ó menina guarde o seu melro-138
Os amigos da taberna-138
Fandango da taberna-138
Adivinhas-138
Maria lavradora-139
Parti a tola à Maria-139
Tiro-liro-tiro-lero-139
Cantiga do Saias ou do Cambeiro-139
Na nossa freguesia-140
Abóbora, menina, abóbora-140
Eu tenho um cãozinho-140
Ó preto, ó preto-140
Ó Maria Amélia-141
Conselhos-141
Na taberna do Silvino-141
No Zé da Machada-141
A ronda das tabernas-142
Áuga pisada a péis-142
Várias-142
Agradecimentos-145
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
O Papa e o Paço da Ribeira de Muge
O frade de S. Francisco referido na carta, que já ali exercia, deverá ter exercido o seu mester no Paço da Ribeira de Muge até 1551, data em que foi nomeado António Valente, de Nossa Senhora da Serra.
Digamos que para um barracão de caça, como defende o amesandado lóbi do restopórtico de Almeirim, o pedido ao Papa pelo rei D. João III de um capelão para a capelania do Paço da Ribeira de Muge, deve tratar-se decerto de caça da grossa.
«Carta de D. João III ao Doutor Brás Neto, embaixador
em Roma, a respeito de umas suplicações a fazer ao Papa, para um
frade de S. Francisco ser capelão nos seus pacos da Ribeira do Muge.
Setúbal, 1532. — Papel. 6 folhas. Bom estado. Cópia junta.
Doutor Bras Neto amiguo.
Eu ei rei vos envio muyto saudar.
Com esta carta vos envio duas sopricações de Diogo Pachequo frade
da Ordem de Sam Francisquo da Terceira Ordem do qual me quero serviir
na capelania da capela dos meus paços da Ribeira de Muja por ser dele
e de sua bondade bem enformado e por os vezinhos dali d'aredor estarem
dele e de seu serviço contentes e pelas ditas sopricações veres o que por
elas se soprica e requere por o que escuso de nesta mais vo lo declarar. E
soomente vos encomendo muyto que logo como esta vos for dada vos
trabalhes quanto posivel vos for por as ditas sopricações despachardes
conforme ao nelas conteudo no que muyto vos gradecerey poerdes toda
diligencia e asy de as letras diso me enviardes com os primeiros recados
que pera mym despachardes. E ey por bem que a expediçam diso façaes
a minha custa e creo que se fara niso pouqua despesa e vos asy trabalhay
porque com pouco gasto se faça. E se pela ventura comprir falardes ao
Santo Padre de minha parte na expediçam das ditas sopricações fazey o
naquele modo que virdes que pode mais aproveitar dizendo lhe que asy
pela boa enformaçam que tenho da bondade e suficiencia do dito Diogo
Pachequo como por me querer dele servir na capelania dos ditos meus
paços receberey em merce de Sua Santidade lhe querer comceder o que
por suas sopricações requere e se Tambem em outro cabo aproveitar o
falardes de minha parte a alguus cardeaes ou ofiçiaes asy o fazee e
muyto vos gradecerey de com a mais brevidade que vos for posivel me
enviardes os despachos.
Pero d'Alcaçova Carneiro a fez em Setuvel a ... O) dias de ... (2)
de 1532.
Rey»
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Pequenas histórias da história
Voz do Povo
O pesquisador/historiador anda na rua e claro ouve o povo anónimo. E o que é que ele ouve? Ouve dizer que "a casa da cultura de Fazendas de Almeirim, que, consta, custou a módica quantia de 2 milhões, inaugurada por acaso, só por acaso, em cima destas eleições, agora para dançar o rancho não serve, escorrega, nem para o petisco, é fina demais", pois de cultura é o que têm para colocar dentro de tão luxuoso palácio. ...O petisco esta parte da cultura que "é o melhor que se leva desta vida", que começa no estômago e acaba na pia, bem merece, fica bem em tão carote palácio. Parabéns aos caciques senvergonhistas e aos beijacus que não tiveram coragem de alertar os caciques que aquilo não servia os fins propostos, se é certo o que o povo anónimo diz. Se não é peço desculpa.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Pequenas histórias da História
As pequenas histórias da História também podem e devem ser contadas. É um dever do Historiador.
Como pesquisador e historiador local, espaçadamente, vou tentar manter aqui estas pequenas mas não menos interessantes e reveladoras histórias.
Eis uma pequena história:
Em finais de 2009, um grupo de cidadão e cidadãs de Paço dos Negros resolveu honrar a sua História e comemorar os 500 anos do seu Paço que aconteceria em Maio do ano de 2011.
Para tal, nos meses antecedentes prepararam, e nos seis meses anteriores à data exibiram, no Paço, um programa cultural, mensal, baseado na cultura e na História local. Pode dizer-se que o programa foi um sucesso.
Nada disto mereceria figurar nesta colecção de “pequenas histórias” se não fosse dar-se um caso que deve ser único em todo o país, e que revela bem o que se passa em Almeirim.
Convidadas as forças vivas do concelho, as cerca de 60 associações do concelho de Almeirim, para estarem presentes nas comemorações, no Paço, no dia 14 de Maio de 2011, onde foi publicado um livro sobre a História deste Paço, ou fazerem-se representar, nem uma compareceu, ou sequer respondeu. (honra ao presidente da junta de Fazendas e a um vereador da oposição. Peço desculpa se alguém esteve, e não tive conhecimento). Estiveram presentes várias personalidades da vida e da cultura nacional.
Ajuíze o meu leitor do grau de caciquismo reinante neste concelho.
clique para ver um excerto do programa:
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
O PÔR-DO-SOL NA MINHA ALDEIA
Todos os anos, a 27/28 de Julho o sol vem beijar as ruas da minha aldeia. Um fenómeno interessante. São cinco ruas, todas com a mesma direcção, paralelas, em linha recta, com inclinação suave, algumas de cerca de 4,5 kms, da ribeira de Muge à Serra de Almeirim. Foi a povoação delimitada no ano de 1815, foram rasgadas as ruas cerca de 1900, bem mereciam que a Câmara de Almeirim olhasse para esta situação privilegiada, de modo a fazer delas futuras amplas avenidas e não meros carreiros de cabras, entregues ao belo-prazer de cada habitante que por vezes se mostra mais ganancioso e ignorante que o vizinho.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Poema ao paço
Com a devida vénia ao blogue, “em busca do património”, de Samuel Tomé.
Nos 96 anos do nascimento de Francisco Henriques
Em homenagem ao poeta de Almeirim, defensor da história da sua terra, ou não a deixasse escrita, sob forma de sonetos, no Cântico à Minha Terra!
O Paço dos Negros
Contemplo estas ruínas seculares,
Restos mortais de um Paço majestoso:
Muro ameado e brasão do Venturoso
Ladeado por esferas armilares.
Agora, estes históricos lugares,
Paraíso perdido – e tão saudoso! –
Evocam, no abandono lastimoso,
Coutada, moinhos, hortas e pomares.
A Ribeira de Muge já não canta
Sob a janela manuelina, à Infanta,
Nem a trompa anuncia as montarias.
Até que um novo almoxarife assome
E afaste o mau presságio do teu nome,
Paços dos Negros, negros são teus dias.
Francisco Henriques, Cântico à Minha Terra
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Este blog apenas fala de Cultura. Fala, por isso, de um acto superior de cultura.
Manuel da Conceição Evangelista é mandatário para a Assembleia de Freguesia de Fazendas de Almeirim
Natural e residente em Paço dos Negros, Manuel da Conceição Evangelista tem 62 anos, é casado e pai de três filhos. Licenciado em Sociologia pela Universidade Nova de Lisboa, em adulto, como trabalhador estudante. Foi revisor de bilhetes, inspector, e inspector-chefe na CP.
“Sempre me interessei pela história e pela cultura da minha terra, bem como da empresa onde trabalhei; actualmente dedico-me a pesquisar e registar a história, a cultura, a etnografia da minha terra, e região da Ribeira de Muge.”
Tem oito livros publicados:
· Histórias da Ribeira de Muge, 2004
· Lendas da Ribeira de Muge, 2004
· Mulheres da Ribeira de Muge - Orações, 2005
· Rudes Histórias da Ribeira de Muge, 2005.
· Paço dos Negros da Ribeira de Muge – A Tacubis Romana, 2011
· Histórias Ferroviárias, 2012
· Contos de Entre-Muge-e-Sorraia, 2012.
· Contos do Rei Preto e outros contos do Paço, 2013.
· (Em breve conta publicar: O Romanceiro da Ribeira de Muge, o Cancioneiro da Ribeira de Muge.)
“É um dever de cada cidadão contribuir para elevar e dignificar a nossa Sociedade e a nossa Cultura. É, por isso, com orgulho que desde o primeiro dia estou com o MICA e sempre ciente das responsabilidades inerentes ao cargo de mandatário para a assembleia de freguesia de Fazendas de Almeirim. Dentro da homogeneidade de posturas e atitudes político-partidárias no nosso concelho, defendo que o MICA demarca-se das outras candidaturas pela total ausência de mordaças e de carreirismo partidários e desta forma apenas lhe sobra a motivação pela defesa sustentada, e quantas vezes incompreendida, dos interesses da população. Espero contribuir para o sucesso do MICA que será a vitória da cultura e da cidadania no concelho de Almeirim.”
segunda-feira, 10 de junho de 2013
À atenção da Câmara de Almeirim
Ao escutar hoje o discurso do senhor Presidente da República, na defesa do nosso património histórico-cultural, e pensar no que poderia ser feito para valorizar e rentabilizar este monumento, claro que senti vergonha. Vergonha pelo modo como um monumento único da história de Portugal, o Paço da Ribeira de Muge, construído para ser um espaço de lazer da Corte, no ano de 1511, o período de maior glória da História Nacional, tem sido tão maltratado pela Câmara de Almeirim.
Que pelo menos fique registada a indignação de um cidadão que conhece a história deste monumento.
Estado a que chegou o Paço em 2004.
Estaleiro de obras em cima do monumento histórico (2009).
Vista actual do interior do pátio.
Maqueta do paço(interior).