De um texto quinhentista, Maria Ângela Beirante, em Santarém Quinhentista: 174, desfaz as dúvidas aos cépticos mais empedernidos: «…estavam muitos mojnhos na Ribejra de muja…/… e havia outras fazendas casaes pumares e outras propriedades que todas... eram da dita ffazzenda e coroa Real e que pellos reis pasados e por mim estavam aforados (…) como também heram uns fermosos pasos que tinha na dita Ribeira de muja onde eu e os mais senhores reis antecesores foram estar e assim os príncipes e infantes…»
Sei que é um pouco de especulação mas, nuns opulentos paços como em Lisboa, Sintra, Évora, Almeirim, parece não assentar bem este retrato: uma mesa frugal, príncipes e animais pelo chão, um negro a servir. Num paço rural, de negros, fundado para desenfadamento do rei, como é o da ribeira de Muge, como assenta bem esta imagem do livro de horas de D. Manuel, o seu fundador.