Conhecida na região é a “Lenda da barraca de pau” como dando origem ao nascimento do lugar de Marianos. Uma velha, feia e má (como convém), que era a dona de uma hospedaria de passantes que no antanho ali se albergavam, que se aproveitava da situação de isolamento, e da pernoita frequente dos ourives, para os roubar, por vezes matar, enterrando-os ali. Que existia um local onde nem as ervas nasciam.
Nas nossas investigações na Ribeira de Muge, aparece por vezes Marianos, a partir do início do século XVIII, em documentos os mais variados, como casamentos, baptizados, enterros na Paroquial de Raposa, por vezes na capela de S. João Baptista do Paço dos Negros.
(T Tombo microfilme 1506).
Guilherme Tiago do Couto, médico em Almeirim na primeira metade do século XIX, na sua "Breve Notícia de Almeirim", ao referir várias localidades a propósito dos montados do concelho, e numa sequência descendente, ao longo da ribeira, menciona: Marianos de Cima, Marianos de Baixo, Pêro Pez, Paço dos Negros, etc.
Em o mapa anexo, do século XVIII, Montarias de Santarém, contemplando uma e outra margem, aparecem duas Marianes na margem direita. Sequencialmente: Pêro Pez, Queimado, Marianes, Marianes, Almotolias, Mouta das Corvas, Vale Flores, etç.
É este Pero Pez, o Casal Moreira, como no-lo confirma o trecho do documento anexo, Torre do Tombo Santarém:
«Nota: Refere este documento pertencer Pero Pez à freguesia de Benfica. Um caso a investigar, este hiato temporal da freguesia de Raposa?»
UMA QUESTÃO: Dados os escassos 200/300 metros que vão de Casal Moreira (Pêro Pez) à actual Murta, ficando Marianos de Baixo e Marianos de Cima no meio, e vendo o mapa do século XVIII, seria esta Marianos de Cima a actual Murta, bem como o território até cerca das Palhas?