Até 1975 esta região da Ribeira de Muge pertencia à diocese e patriarcado de Lisboa. O dia da S. Vicente foi até aos anos 50 do século 20, dia santo de guarda. Com direito a filhoses e mesa melhorada e um grandioso baile.
Muitas coisas ficaram da cultura desse tempo.
S. Vicente não perdoa a são nem a doente, nem a mulher parida de três dias.
Começava neste dia o Entrudo e as cacadas.
- No dia de S. Vicente, já se engana toda a gente! diziam.
Os jovens iam de noite, de porta em porta. Lançavam pedras quentes para dentro das casas, colocavam bonecos de palha encostados às portas, posicionavam-se embrulhados em lençóis a meter medo às pessoas.
Até à quaresma era esta a linguagem, rude:
- Queres ir e mais eu?
- Aonde?
- Beijar o cu ao conde.