Gastronomia real da Ribeira de Muge

Encontra-se a Academia da Ribeira de Muge empenhada em reconstituir todo o património cultural de Paço dos Negros, e da região da ribeira de Muge envolvente. Desde as seculares danças e canções palacianas e de escravos, aos trajes que outrora foram usados, aos instrumentos musicais, alfaias domésticas e outros, etc., indo sempre às peculiares e mais fundas raízes culturais da aldeia, também a gastronomia requer um esforço para ser estudada e valorizada e tornada nossa.

Baseados na tradição e nas pesquisas, mormente em Henrique Leonor Pina, “Os Papéis de S. Roque”, algumas cartas que referem mantimentos recebidos neste Paço, pensamos ser ainda possível, pelo que ousamos reconstruir algumas iguarias que fizeram parte da alimentação no Paço Real da Ribeira de Muge, bem como no de Almeirim. Eis algumas:

Javali no espeto à D. Sebastião

Coelho real

Capão real

Galinha de alfitete

Trutas da ribeira de Muge

Arroz do Cardeal

Sardinhas escorchadas (dos escravos)

Peixe seco (dos escravos)

Caldo dos escravos

Chouriços

Tiborna à Rei Preto

Queijo de ovelha

Queijo de cabra

Pão de milho (dos escravos)

Pão de centeio

Pão de trigo

Pão meado

Caralhotas

Biscoitos

Alface orelha de mula

Bergamotas do Pomar real

Cidras

Figos, figos secos

Uvas, passas de uva

Castanhas

Nozes

Ameixas, ameixas secas

Pinhões

Camarinhas

Bolotas

Azinhas

Mel

Bolo de mel

Papas de milho

Maçaroca assada

Manjar dos escravos

Arroz-doce

Pudim dos frades

Doce de frutas (várias)

Arrobe

Vinho dos frades

A continuar a investigação.

Paço dos Negros da Ribeira de Muge - A Tacubis Romana

Finalmente vai sair, no mês de Maio, aquando das comemorações dos 500 anos do Paço, o Livro Paço dos Negros da Ribeira de Muge - A Tacubis Romana, de Manuel Evangelista.
São 118 fotos e 133 documentos originais, a maioria da Torre do Tombo, que nos falam deste tão desprezado Paço.
Se gosta da cultura e da história da sua terra, mantenha-se atento.
Darei mais notícias.

A Casa Real no Paço da Ribeira de Muge

O Paço era muito frequentado pela Casa Real

«…estavam muitos mojnhos na Ribejra de muja…/… e havia outras fazendas casaes pumares e outras propriedades que todas eram da dita ffazzenda e coroa Real e que pellos reis pasados e por mim estavam aforados (…) como também heram uns fermosos pasos que tinha na dita Ribeira de muja onde eu e os mais senhores reis antecesores foram estar e assim os príncipes e infantes…».

Maria Ângela Beirante, em Santarém Quinhentista: 174, citando R.D. Câmara, 1591, fl. 62.

Restos dos fermosos azulejos do Paço, recolha da Academia

Será que é possível um dia refazer estes FERMOSOS Paços?

Documentalmente (papelada), já foi possível.

Sonhar não é proibido ainda! Embora alguns ignorantes o queiram impor e outros o aceitem.

Academia da ribeira de Muge - O Paço cumpre a sua missão

A Carta-Escritura do Paço, de 3 de  Maio 1511, diz que el rei D. Manuel mandou construir este Paço para o seu desenfadamento. A Academia da Ribeira de Muge, aproveitando a Comemoração dos 500 anos, vem dando cumprimento, exemplarmente, à missão para que foi fadado este complexo palaciano desde a primeira hora: Ser um local de lazer. É pois, agora, um local onde toda a população pode usufruir, de modo sistemático, de uma programação popular, que, sendo cientificamente estudada, e sempre renovada, enriquece a terra e a própria região.

Brevemente darei notícia aos meus leitores, do lançamento do Livro de História, sobre este Paço, bem como do programa comemorativo.

Artesanato em exposição, no Paço.

 Artesanato. Nicho. Marianos.

As Brincadeiras na Academia da Ribeira de Muge

 PODE CONSIDERAR-SE UM SUCESSO A RECREAÇÃO DAS BRINCADEIRAS. TAL COMO NOS ANOS 30-60, EM QUE DECORRERAM, FORAM ESTES FOLGUEDOS EXPONTÂNEOS, RECREADOS SEM QUALQUER ENSAIO. FOI MAIS UMA OPORTUNIDADE DE APRENDER, "SUBINDO AO POVO", COMO NOS DIZ O GRANDE PEDRO HOMEM DE MELO. É ESTA A MISSÃO DA ACADEMIA, APRENDER COM O POVO.

 

 

 

 

 

 

 

As Brincadeiras - Fotos da Recreação

 

 

 

 

 

 

 

 

As Brincadeiras - Fotos

A recém-criada Academia da Ribeira de Muge, apesar do caciquismo reinante, na sua missão de pesquisar toda a cultura e a cultura toda, com êxito, recriou as Brincadeiras, esses folguedos que faz 40 anos que se deixaram de realizar.