sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Até 1975 esta região da Ribeira de Muge pertencia à diocese e patriarcado de Lisboa. O dia da S. Vicente foi até aos anos 50 do século 20, dia santo de guarda. Com direito a filhoses e mesa melhorada e um grandioso baile. 

Muitas coisas ficaram da cultura desse tempo.

A quem não jejuava na véspera de S. Vicente:


S. Vicente não perdoa a são nem a doente, nem a mulher parida de três dias.


Começava neste dia o Entrudo e as cacadas.


- No dia de S. Vicente, já se engana toda a gente! diziam.



Os jovens iam de noite, de porta em porta. Lançavam pedras quentes para dentro das casas, colocavam bonecos de palha encostados às portas, posicionavam-se embrulhados em lençóis a meter medo às pessoas.



Até à quaresma era esta a linguagem, rude:


- Queres ir e mais eu?


- Aonde?


- Beijar o cu ao conde.






- Já que me enganaste, com toda a delicadeza, vai bardamerda mais a tu’ esperteza.